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Presidente de Zâmbia morre, e África volta a ter líder branco
A morte nesta quarta (29) do presidente de Zâmbia, Michael Sata, aos 77 anos, em um hospital de Londres, levou a África subsaariana a ter novamente um presidente branco, 20 anos após o fim do apartheid na África do Sul.
Guy Scott, 70, vice de Sata, foi nomeado chefe de Estado interino. O último líder branco africano havia sido o sul-africano Frederik Willem de Klerk, que passou a faixa para Nelson Mandela, em 1994.
Desta vez, no entanto, não houve revolta ou apreensão com o fato, demonstração de que a África mudou muito nas últimas décadas.
Em parte, isso se deve ao fato de Zâmbia, país rico em cobre no sul do continente, ser uma das democracias mais estáveis da África.
Além disso, a interinidade de Scott será curta: apenas 60 dias, até a realização de novas eleições presidenciais.
Conhecida como Rodésia do Norte até a independência, em 1964, Zâmbia ainda tem cerca de 1% da sua população composta por brancos, descendentes dos colonizadores britânicos.
As relações entre negros e brancos, embora não totalmente harmônicas, são bem melhores do que em outros países do continente, como o vizinho Zimbábue.
"Nosso período de luto nacional começa hoje. Sentiremos falta de nosso amado presidente e camarada", disse Scott na TV.
Sata, que era chamado de "Rei Cobra" por sua agressividade verbal, chegou ao poder em Zâmbia em setembro de 2011.
Ele venceu o então presidente, Rupiah Banda, que tentava a reeleição, um feito raro no continente africano.
A causa da sua morte não foi revelada.