País ainda recebe crianças que fogem da América Central
Relatório do Acnur (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados) no México mostra que, apesar da escalada da violência em território mexicano, o país recebe milhares de crianças que fogem da insegurança na América Central.
Boa parte dessas crianças, porém, tem os EUA como destino final --de outubro de 2013 a junho de 2014, o total de menores sozinhos que cruzaram a fronteira americana pelo México praticamente dobrou, para mais de 50 mil.
Para o relatório "Arrancados de raíz" ("desenraizados", em tradução livre), divulgado nesta terça (11), o Acnur ouviu 200 menores alojados em centros migratórios da Cidade do México e de Tapachula (região sul mexicana, perto da divisa com a Guatemala).
Dos entrevistados, 48,6% disseram ter deixado seus países de origem (Guatemala, El Salvador e Honduras) por terem sofrido espancamentos, intimidações, ameaças e insegurança, geralmente associados à ação de grupos criminosos ligados ao tráfico.
O estudo do Acnur aponta "claro padrão de constante violação dos direitos humanos", ao ponto da "normalização" da violência --todas as crianças hondurenhas entrevistadas, por exemplo, tinham testemunhado ou sido vítimas de algum crime grave.
O relatório diz que 67% das crianças ouvidas não receberam das autoridades mexicanas nenhuma informação sobre seus direitos.