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Vida de ditador vira matéria obrigatória na Coreia do Norte
Os alunos de ensino médio da Coreia do Norte terão uma nova tarefa obrigatória: estudar a vida do jovem ditador do país, Kim Jong-un.
Os estudantes do país já têm uma disciplina para estudar a vida e obra do fundador do país, Kim Il-sung, e de seu sucessor Kim Jong-il, respectivamente o avô e o pai do atual "líder supremo".
A nova matéria faz parte dos esforços para consolidar o poder em torno de Kim pouco antes do terceiro aniversário de sua chegada ao poder, em dezembro de 2011.
Apesar do culto à personalidade dos líderes no país, os próprios norte-coreanos desconhecem dados básicos sobre o atual dirigente, como, por exemplo, sua idade.
Para demonstrar apoio ao líder, milhares de pessoas participaram na terça (25) de uma manifestação convocada pelo governo contra uma resolução de 18 de novembro da ONU que condenou as violações de direitos humanos na Coreia do Norte.
A resolução teve o apoio do Brasil e abriu a possibilidade de membros do governo coreano, incluindo o próprio Kim, serem indiciados por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional.
O regime de Pyongyang acusou os EUA de orquestrar a medida contra o país. Em resposta, o líder norte-coreano visitou um museu dedicado às "atrocidades de guerra" cometidas pelos EUA durante uma ocupação na região de Sinchon, em 1950.
Kim Jong-un também chamou os norte-americanos de "assassinos canibais".
O jornal oficial do Partido dos Trabalhadores, um dos pilares do Estado totalitário ao lado do Exército Popular, divulgou uma imagem de Kim no museu em que era possível ler ao fundo: "Os imperialistas dos EUA massacraram 35.383 pessoas".