Israel diz ter frustrado ataques do Hamas
Agência de segurança interna prendeu 34 suspeitos de passar por treinamento para fazer atentados em Jerusalém
Shin Bet diz que estádio e sistema de transporte eram alvos de ação, que buscava minar governo do rival palestino Fatah
O Shin Bet, serviço de segurança interna de Israel, anunciou nesta quinta-feira (27) que prendeu 34 palestinos que supostamente foram recrutados pelo grupo radical Hamas para fazer atentados no Estado judeu, em Jerusalém e na Cisjordânia.
As prisões foram em setembro, um mês após o fim da ofensiva israelense na faixa de Gaza, governada pelo Hamas, que deixou 69 israelenses e 2.200 palestinos mortos.
No mês seguinte, começou uma onda de violência entre palestinos e israelenses em Jerusalém Oriental, que já levou à morte de 11 israelenses e 12 palestinos. O grupo radical é acusado de fomentar a tensão nas últimas semanas.
Segundo o Shin Bet, os presos foram recrutados na Jordânia, onde estudavam, pela filial turca do Hamas, que planejava grandes atentados em Jerusalém.
Entre os alvos estavam o estádio Teddy Kollek, o maior da cidade sagrada, e o sistema de VLT (veículo leve sobre trilhos), que transporta 130 mil pessoas por dia.
A agência afirma que os detidos receberam treinamento militar com armas e explosivos. Eles passaram por treinamento militar na Jordânia, na Turquia, na Síria e em Gaza, onde entraram por túneis clandestinos vindos de Israel.
Para o Shin Bet, a intenção era usá-los em atentados com bombas e em sequestros contra soldados e colonos israelenses na Cisjordânia. A região é dominada pelo rival Fatah, liderado por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.
O objetivo era forçar uma reação severa de Israel contra o Fatah, tirando o foco do Exército sobre Gaza. O plano foi descoberto após um atentado na Cisjordânia, em agosto.
Dois meses antes, o Hamas e o Fatah fizeram um acordo para formar um governo conjunto nos territórios palestinos.
RESPOSTA
Para o Hamas em Gaza, Israel quis criar fato novo para desviar a atenção da violência em Jerusalém. Porém o representante do grupo no Qatar, Husam Bardan, não negou as acusações.
"Nós temos orgulho da nossa resistência e de cada homem que luta em nosso movimento".
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, elogiou a ação. "As atividades da agência são para bloquear terroristas e o Hamas, que é contra a existência de um Estado judeu e contra a existência dos judeus em geral".