Justiça turca dá ordem de prisão de opositor
Fethullah Gülen, que vive nos EUA, é acusado de tramar contra presidente Recep Erdogan
A Justiça turca emitiu nesta sexta (19) um mandado de prisão contra o imã Fethullah Gülen, 73, ex-aliado e hoje opositor do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Gülen, inspiração intelectual do grupo Hizmet, se autoexilou nos EUA em 1999 e, desde 2008, possui visto de residência americana.
A Procuradoria argumenta ter "evidências concretas" mostrando que o Hizmet é um grupo criminoso, de intenções golpistas e presente nos meios de comunicação, na economia e no funcionalismo público turcos.
Integrantes do grupo negam as acusações --estima-se que ao menos 10% da população turca tenha alguma ligação com o Hizmet.
Em diversas ocasiões, Erdogan disse que Gülen estava criando um "Estado paralelo" no país e que pediria aos EUA a extradição do imã.
Porém, é improvável que os EUA acatem o pedido, se ele for feito. No passado, o país já se negou a extraditá-lo.
Segundo o jornal "Hurriyet", Gülen é acusado de pelo menos três crimes, entre eles, o de formar e administrar uma organização terrorista.
Também na sexta (19) a Justiça turca determinou a prisão preventiva de quatro pessoas: dois policiais, o ex-chefe da divisão antiterror da polícia de Istambul e Hidayet Karaca, presidente da emissora de TV Samanyolu, ligada ao Hizmet.
Eles já tinham sido detidos no domingo (14), em operação policial que levou para interrogatório ao menos 31 pessoas --a maioria membros da imprensa-- acusadas de tramar um golpe de Estado.