Maduro vê 'agressão' em novas sanções americanas
Obama promulgou punições a dirigentes venezuelanos na quinta à noite
Medidas preveem negar vistos a acusados de atos violentos contra a oposição; chanceler vê estímulo ao 'fascismo'
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de "agressão" a lei com sanções a autoridades venezuelanas promulgada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, nesta quinta (18) à noite.
Aprovadas pelo Congresso americano, as sanções permitem negar vistos e congelar bens de autoridades venezuelanas envolvidas em atos violentos contra a oposição durante as manifestações iniciadas em fevereiro na Venezuela. Os protestos no país deixaram pelo menos 43 mortos.
Maduro fez um paralelo entre a reaproximação de EUA e Cuba e a ação contra a Venezuela. "São as contradições de um império que pretende impor sua dominação por qualquer via (...). Por isso, repudio as insolentes medidas tomadas pela elite imperial dos Estados Unidos", escreveu o presidente no Twitter.
Em entrevista à TV, o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez, disse que as medidas americanas não causam nenhum dano ao governo, mas são um "cheque em branco para grupos que estão à margem da lei" e vão "promover a ação do fascismo" no país.
A Casa Branca já tinha indicado que o presidente assinaria as sanções, apesar de Obama ter evitado tomar essa atitude antes, na esperança de um acordo entre governo e oposição na Venezuela.
"Não permanecemos em silêncio, nem faremos isso, diante de ações do governo venezuelano que violam os direitos humanos, as liberdades fundamentais e as normas democráticas", declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, um dia após o Congresso aprovar a medida.