Coreia do Norte pode retornar a lista de terror
Obama cogita tratar país como apoiador de terrorismo; Sony diz que filme foi só adiado
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cogita voltar a incluir a Coreia do Norte na lista de Estados que patrocinam o terrorismo.
Para ele, seria uma resposta adequada ao ataque de "cibervandalismo" à Sony, ainda que a ação dos hackers não tenha sido "ato de guerra". O país asiático já esteve na lista antes, há seis anos.
Em entrevista à rede CNN no domingo (21), Obama afirmou que as medidas a serem tomadas ainda estão em estudo. "Não seremos intimidados por ciberhackers", disse.
A Sony teve seus sistemas invadidos por hackers e, perto da estreia da comédia "A Entrevista" --sobre um plano fictício para matar o ditador norte-coreano Kim Jong-un--, e-mails e filmes inéditos foram vazados. O FBI (polícia federal americana) ligou o ataque a Pyongyang. O país nega e exige que seja realizada uma "investigação conjunta".
Na entrevista, Obama foi questionado sobre se a Coreia do Norte poderia ser classificada como um Estado terrorista. "Acho que foi um ato de cibervandalismo que custou muito caro. Levamos isso muito a sério", respondeu.
Para um país ser tido como terrorista, o Departamento de Estado precisa provar que ele promove repetidos ataques internacionais. A definição, porém, geralmente abrange ataques físicos, não digitais.
Ser classificado como um patrocinador do terrorismo, contudo, tem outro peso.
À CNN, Obama também fez críticas à própria Sony. Para ele, a empresa cometeu um erro ao cancelar a estreia, se deixando censurar pelo ataque.
ESTREIA
Horas depois, em entrevista ao programa "Meet the Press", da rede NBC, o advogado da Sony David Boies afirmou que a estreia do filme não foi cancelada, apenas adiada. "A Sony está lutando para ter o filme distribuído", disse. "Como vai ser distribuído, acho que ninguém sabe ainda. Mas será distribuído."