Corte internacional analisará possíveis crimes de Israel
Passo pode levar à investigação pelo TPI; palestinos acusam país de crimes de guerra
A promotora-chefe do TPI (Tribunal Penal Internacional), Fatou Bensouda, anunciou nesta sexta-feira (16) a abertura de uma análise preliminar --passo que pode levar a uma investigação-- sobre supostos crimes de guerra cometidos entre junho e agosto de 2014 em territórios palestinos.
No dia 31 de dezembro, quando assinou o Estatuto de Roma --passo para a adesão ao TPI--, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, enviou um documento autorizando a promotora a investigar possíveis crimes de guerra cometidos a partir 13 de junho de 2014.
Nesta data, Israel lançou uma campanha de detenções na Cisjordânia ocupada, que precedeu os ataques a Gaza.
"Serão especialmente analisadas as questões relacionadas à competência, à admissibilidade e aos interesses da Justiça", indicou o gabinete de Bensouda em nota.
O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, disse que seu país não contribuirá com a análise, que classificou como "decisão escandalosa, cujo único objetivo é sabotar o direito de Israel a se defender contra o terrorismo".
A campanha de detenções começou após o sequestro de três jovens israelenses da Cisjordânia, encontrados mortos depois. Ao mesmo tempo, o corpo de um jovem palestino de Jerusalém Oriental foi encontrado queimado na parte ocidental da cidade santa.
Em julho, Israel lançou sua terceira guerra em seis anos contra a faixa de Gaza. Cerca de 2.200 palestinos morreram. Do lado israelense, mais de 70.