Não se pode procriar como 'coelho', diz papa
Em discurso, Francisco afirma que católicos precisam ter 'paternidade responsável' e defende contracepção 'legítima'
Pontífice criticou mulher que já tinha sete filhos e estava grávida do oitavo: 'é irresponsabilidade'
O papa Francisco fez um discurso a favor da "paternidade responsável", afirmando que os fiéis católicos não devem se reproduzir como "coelhos".
A declaração foi dada na segunda-feira (19), durante o voo de volta das Filipinas para Roma (Itália).
"Algumas pessoas acreditam que, para ser bons católicos, precisam ser como coelhos. Não. Paternidade deve ser responsável. Como se faz isso? Por meio do diálogo", afirmou o pontífice.
Ele estava respondendo a uma pergunta de um jornalista sobre a relação entre a pobreza e o crescimento da população das Filipinas e sobre como a Igreja Católica encara a situação, já que é contra métodos contraceptivos.
Ele reafirmou a posição da igreja, contrária ao controle artificial da natalidade, ressaltando que há maneiras "legítimas" para isso.
Para o jornal americano "The National Catholic Reporter", Francisco fez uma afirmação "sem precedentes ao dizer que os católicos têm a responsabilidade moral de limitar o número de filhos".
Segundo o jornal, o papa contou a história de uma mulher que ele encontrou em Roma alguns meses atrás, que já havia tido sete filhos, por cesarianas, e estava grávida do oitavo. "Ela quer deixar os sete órfãos? Isso é uma irresponsabilidade. É tentar a Deus", disse o pontífice.
O papa chegou a afirmar que, segundo especialistas, o ideal para uma família é ter três filhos.
"Mas, para as pessoas mais pobres, uma criança é um tesouro, e devemos ser cuidadosos com isso", ressaltou.
"As pessoas não devem perder sua liberdade, sua própria cultura, sua história", acrescentou.
O papa afirmou ainda que espera visitar neste ano o Paraguai, a Bolívia e o Equador, provavelmente em julho, além de Uganda e República Centro-Africana. Em 2016, ele planeja ir à sua terra natal, a Argentina, e também ao Chile, ao Uruguai e ao Peru.