Confrontos matam 25 civis na Ucrânia
Um dia após separatistas atacarem cidade perto de Donetsk, forças ucranianas disparam contra o reduto no leste
Governo de Kiev não comparece a reunião de negociação de paz, dizendo que só tratará com líderes de rebeldes
Ao menos 25 civis morreram nesta sexta (30) na região de Donetsk, leste da Ucrânia, num dos piores dias do confronto entre forças ucranianas e separatistas pró-Rússia.
Iniciado há nove meses, o conflito já deixou mais de 5.000 mortos.
Bombardeios ucranianos mataram pelo menos 15 civis na cidade --cinco deles dentro de um trólebus.
Segundo o Ministério da Defesa da autoproclamada República Popular de Donetsk, outras cinco pessoas morreram quando estavam em uma fila no bairro de Kuibuishev para receber ajuda humanitária, e mais cinco na zona de Azotni.
Em Debaltseve, cidade a meio caminho entre Donetsk e Lugansk, onde na quinta-feira separatistas atacaram tropas ucranianas, os enfrentamentos deixaram cinco mortos e 23 feridos.
O encontro de negociações de paz que deveria acontecer nesta sexta, em Minsk (Belarus), foi adiado.
O Executivo ucraniano se recusou a enviar representantes, argumentando que só negociará com os líderes das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk, Alexander Zakharchenko e Igor Plotnitski.
Na quinta (29), ante a nova escalada de violência na região, Kiev pedira a convocação de uma reunião de emergência entre as partes.
Nesta sexta, os separatistas ameaçaram continuar com a ofensiva se as negociações de paz fracassarem.
Em comunicado, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce) informou que seus representantes esperavam desde a manhã de quinta-feira pelo encontro do chamado Grupo de Contato, formado por Ucrânia, Rússia e representantes da Osce e das regiões separatistas de Donetsk e de Lugansk.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, viajará à Ucrânia na próxima semana para mostrar o apoio de seu país às tropas do governo ucraniano no combate contra os separatistas pró-russos.
A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, informou que Kerry estará em Kiev para conversas com altos funcionários ucranianos e parlamentares no dia 5.
Ele participará depois de uma conferência de segurança internacional em Munique, na Alemanha.
Especula-se se Kerry irá também a Moscou, o que o tornaria o mais graduado funcionário dos EUA a visitar a Rússia desde o início da crise com a Ucrânia.
A porta-voz do Departamento de Estado disse que a ida a Moscou não está planejada, mas que Kerry se reunirá com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em Munique.