EUA ampliam sanções contra venezuelanos
Funcionários e ex-funcionários do governo envolvidos em violações a direitos humanos não poderão receber vistos
Nicolás Maduro propõe que Corte Suprema do país convoque debate na AL para desmontar 'direito imperial'
"Ignorando pedidos feitos por governos, por respeitados líderes e por especialistas, o governo continuou demonstrando falta de respeito em relação aos direitos humanos e às liberdades fundamentaistrecho de nota do Departamento de Estado dos estados unidos
O governo dos EUA anunciou nesta segunda (2) novas sanções contra funcionários e ex-funcionários do governo venezuelano considerados responsáveis ou cúmplices em violações dos direitos humanos no país.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki, explicou em um breve comunicado que as novas medidas irão restringir o fornecimentos de vistos.
As restrições atingirão também familiares diretos dos implicados, cujas identidades não serão reveladas devido à legislação que rege a confidencialidade sobre vistos dos EUA.
"Ignorando repetidos pedidos de alteração feita por governos, respeitados líderes e grupos de especialistas, o governo venezuelano continuou demonstrando falta de respeito em relação aos direitos humanos e às liberdades fundamentais", diz a nota emitida pelo Departamento de Estado.
PLANO DE DERRUBADA
O anúncio veio pouco após os EUA tacharem de falsa a acusação do presidente Nicolás Maduro de que o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, estaria por trás de um plano para derrubá-lo.
No fim de semana passado, Maduro acusou Biden de arquitetar um plano para derrubar seu governo.
Segundo o presidente venezuelano, Biden anunciou sua estratégia a presidentes e a premiês de países do Caribe durante uma conferência em Washington na semana passada.
Nesta segunda, Maduro pediu que o tribunal máximo venezuelano promova um debate na região para desmontar o "pretenso direito internacional imperial".
"Me atrevo a propor ao Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) que promova um debate entre instituições judiciais, Cortes Supremas e Poderes judiciais de toda a América do Sul (...) Temos que avançar muito mais no desmonte do pretenso direito internacional imperial", afirmou o presidente venezuelano.
As restrições de visto anunciadas nesta segunda se aplicarão não só a funcionários do governo mas também a pessoas consideradas responsáveis por atos de corrupção pública, de acordo com o Departamento de Estado.
Em julho, os EUA já haviam imposto restrições de vistos para 24 autoridades venezuelanas supostamente envolvidas em violações de direitos humanos.
Em discurso a membros do partido governista PSUV na noite desta segunda, Maduro anunciou ter ordenado às forças de segurança que ocupem imediatamente lojas de uma rede de mercados populares acusada de travar uma "guerra econômica" contra o governo.
Maduro disse que os donos da rede, cujo nome não foi revelado, serão presos por supostamente criar de propósito grandes files nas lojas para irritar a população e jogá-la contra as autoridades.
No fim de semana, executivos da rede de farmácias Farmatodo foram detidos sob o mesmo pretexto.
Não está claro quantos funcionários foram visados pela medida. Cinco já foram libertados. Ao menos dois continuam presos.
Maduro também deu a entender que o pleito parlamentar de dezembro talvez seja adiantado para, aparentemente, minimizar o impacto eleitoral de uma crise econômica que se agrava.