Líder do Boko Haram debocha de coalizão
Chefe de grupo radical da Nigéria diz que 7.000 homens para combatê-los 'é pouco'
O líder do grupo radical nigeriano Boko Haram, Abubakar Shekau, apareceu em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (9) debochando do anúncio da formação de uma força internacional para combater a organização.
"Sua aliança não vai levar a nada. Reúnam todas as suas armas e nós as enfrentaremos. Vocês são bem-vindos!", afirmou Shekau, em vídeo divulgado no Youtube, sobre o anúncio feito no sábado (7) sobre a criação de uma força regional para combater o Boko Haram, grupo que tem base na Nigéria.
A coalizão, formada por Nigéria, Níger, Chade, Camarões e Benin, deve mobilizar cerca de 8.700 soldados. "Vocês vão enviar 7.000 soldados? Por que não enviam 70 milhões? Isso não é muito. Apenas 7.000? Por Deus, é pouco. Vamos capturá-los um por um", completou Shekau.
ATAQUES A VIZINHOS
O Boko Haram, que atua na região nordeste da Nigéria, tem expandido seus ataques a países vizinhos.
No Camarões, militantes do grupo atacaram a cidade de Kerawa e sequestraram cerca de 20 passageiros de um ônibus próximo a Adnga Danga no domingo (8).
Ao menos 12 dos reféns foram mortos, de acordo com uma testemunha e com o responsável por uma ONG local.
No Níger, os extremistas atacaram cidades próximas à fronteira com a Nigéria.
A cidade de Diffa foi atacada pela terceira vez em quatro dias nesta segunda-feira.
No ataque, um carro-bomba explodiu e uma prisão foi alvo de uma emboscada.
Desde 2009, a insurgência do Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é proibida", e a sua repressão pelas forças de segurança já deixaram mais de 13.000 mortos e mais de um milhão de refugiados.
Ante a ameaça extremista, a Nigéria adiou suas eleições presidenciais de 14 de fevereiro para 28 de março.