Cerca de 1.400 têm vínculos radicais na França
Em rádio, premiê francês diz que 410 estão atualmente em ofensivas no Iraque e na Síria
Cerca de 1.400 franceses ou residentes da França possuem ou possuíam relações com facções extremistas, disse nesta segunda-feira (9) o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
Deste total, 410 estão atualmente em ofensivas no Iraque e Síria, 260 voltaram à França ou viajaram a outros países e 80 morreram.
Em entrevista à rádio Europe 1, Valls afirmou que os restantes 650 estariam "em trânsito": demonstraram a intenção de viajar aos países onde há conflito ou fazem parte de estruturas de recrutamento dos extremistas.
As declarações foram dadas por Valls um mês depois de ataques de radicais islâmicos contra o jornal satírico "Charlie Hebdo", um mercado kosher e contra uma policial terem deixado 17 mortos na região de Paris.
O premiê francês pediu a mobilização da sociedade para enfrentar a radicalização dos cidadãos, fenômeno que disse não se limitar à França.
"Não podemos aceitar que a blasfêmia e que a liberdade de expressão sejam colocadas no mesmo nível que o antissemitismo, o racismo e a apologia ao terrorismo", disse.
No mesmo dia em que concedeu a entrevista à rádio, Valls visitou Marselha, onde atiradores abriram fogo no bairro popular de La Castellane, conhecido como um mercado de drogas ao ar livre.
O incidente, porém, não deixou vítimas e não tem relação com terrorismo.
Valls foi à cidade, que é a segunda maior da França, para falar sobre segurança e educação.