Exame aponta vestígios de outro DNA na casa de promotor
Versão contradiz análise da Promotoria após Alberto Nisman, que acusava presidente argentina, ser encontrado morto com um tiro
O resultado de um novo exame divulgado nesta terça (10) pela Justiça argentina identificou vestígios de uma outra pessoa no apartamento do promotor Alberto Nisman, encontrado morto com um tiro na cabeça em janeiro.
A informação foi divulgada em comunicado da juíza Fabiana Palmaghini, que analisa o caso. A versão contradiz exame divulgado pela Promotoria nos dias que se seguiram à morte de Nisman, que informava que não foram encontrados outros DNAs no local da morte do promotor.
A dúvida, porém, é se os exames foram feitos nos mesmos lugares. O primeiro investigou evidências na roupa e no banheiro onde foi encontrado o corpo. O segundo não dá detalhes sobre onde foram localizados esses sinais.
Com esse resultado, a juíza mandou a Promotoria colher material para saber se o DNA encontrado coincide com o de Diego Lagomarsino, técnico de informática que admitiu ter emprestado uma arma a Alberto Nisman no dia anterior à sua morte.
Fontes policiais ouvidas pelo site de notícias DyN dizem que esses sinais estavam numa xícara de café e possivelmente são de Lagomarsino. Outras pessoas que estiveram no apartamento do promotor após a morte podem ser chamadas a fazer o exame.
O corpo do promotor foi encontrado na noite de domingo, 18 de janeiro, por sua mãe, que entrou no apartamento com o auxílio de um chaveiro. Outro que esteve no local foi o secretário de segurança do governo de Cristina Kirchner, Sergio Berni.
Nisman foi achado morto um dia antes de apresentar denúncia contra a presidente no Congresso --ele acusava Cristina, o chanceler Héctor Timerman e aliados políticos de conspirar para proteger iranianos acusados pelo atentado à entidade judaica Amia, que deixou 85 mortos em Buenos Aires em 1994.
Promotores marcaram para o próximo dia 18, quando se completa um mês da morte de Nisman, uma "manifestação silenciosa" na capital.
EXAME DE PÓLVORA
Apesar das idas e vindas dos últimos dias, o exame de pólvora na mão do promotor confirmou a primeira prova e deu novamente negativo, disse a agência estatal Télam. Até a conclusão desta edição, a informação não fora confirmada pela promotora que investiga o caso, Viviana Fein.