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Carrasco britânico de milícia é identificado
Segundo integrantes da polícia, 'Jihadi John', do EI, é Mohammed Emwazi, 27, kuaitiano com cidadania do Reino Unido
Membro de família de classe média e formado pela Universidade de Westminster, ele viajou para a Síria em 2012
A rede de televisão britânica BBC e os jornais americanos "The Washington Post" e "The New York Times" informaram nesta quinta-feira (26) que o homem que aparece nos vídeos de decapitação de reféns do Estado Islâmico foi identificado.
Segundo integrantes da polícia britânica, o extremista, conhecido como "Jihadi John" (João Jihadista, em inglês), chama-se Mohammed Emwazi, tem 27 anos e é kuaitiano com cidadania britânica. Ele morava em Queen's Park, região oeste de Londres.
As autoridades afirmam que Emwazi pertence a uma família de classe média londrina e se formou em programação de computadores pela Universidade de Westminster em 2009. A partir daí, começou a se radicalizar até viajar à Síria em 2012.
Os agentes acreditam que, durante o período de radicalização, o homem se aproximou de um britânico que viajou à Somália em 2006 e era um intermediário do grupo radical Al Shabaab, vinculado à Al Qaeda no país africano, para recrutamento e financiamento.
Oficialmente, a polícia não confirma o nome do extremista, que apareceu pela primeira vez em agosto, no vídeo em que ameaçou decapitar o jornalista americano James Foley. O refém seria morto pelo extremista dias depois.
"Jihadi John" ainda é o mensageiro da milícia radical nas gravações das decapitações de outros seis ocidentais: dois americanos, dois britânicos e dois japoneses.
Em agosto, o britânico "Sunday Times" chegou a afirmar que o extremista era o rapper britânico Abdel-Majed Abdel Bary, 23, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades.
Com base em entrevistas de amigos, o "Washington Post" diz que o processo de radicalização de Enwazi começou em 2009, numa viagem para um safári na Tanzânia, logo após ter se formado na Universidade de Westminster.
Eles e outros dois amigos convertidos ao islã foram presos ao chegar a Dar es Salaam e extraditados para a Europa. O radical teria seguido para Amsterdã, onde foi acusado por um agente britânico de envolvimento com o Al Shabaab.
Na época, ele negou as acusações e, por falta de provas, conseguiu voltar ao Reino Unido. Em 2010, voltou a ser preso pelas autoridades britânicas quando tentava ir ao Kuait.
Em 2012, Enwazi conseguiu chegar à Síria. Lá, uniu-se a milícias que dariam origem ao EI em Idlib, e se tornou carcereiro de reféns ocidentais.