Premiê tenta isolar extrema direita para vencer o pleito
Cameron busca atrair eleitores do Ukip, sigla contrária à União Europeia
Sensação da eleição de 2010, vice-premiê Nick Clegg busca se descolar do governo, mas pode perder votos neste ano
Na luta para se manter primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron tenta enfraquecer o Ukip, partido de extrema direita, e controlar a tensa relação com os atuais aliados de coalizão, os liberais-democratas.
Vencedor das eleições do Parlamento Europeu em maio de 2014, o Ukip (Partido da Independência do Reino Unido, na sigla em inglês), como previam analistas, perdeu força de lá para cá --uma coisa é o voto de protesto contra a União Europeia, outra é a escolha do próprio governo.
O Partido Conservador foi o que mais perdeu eleitores para o Ukip, sigla que se opõe à presença britânica na UE. Cameron promete um referendo em 2017 sobre o tema.
Em recente entrevista ao jornal "The Telegraph", ele convidou os simpatizantes do Ukip a "voltarem para casa", ou seja, retornarem ao colo político dos conservadores.
Sensação da eleição de 2010, o líder do partido Liberal-Democrata, Nick Clegg, tenta se descolar dos conservadores cinco anos depois.
As pesquisas mostram que parte dos eleitores que deram 57 cadeiras ao partido em 2010 abandonou a legenda diante, sobretudo, do apoio à austeridade fiscal, principal bandeira de Cameron.
O número de cadeiras desta vez pode cair pela metade, enfraquecendo a influência numa negociação de coalizão. Mesmo assim, não se descarta uma aliança agora com os trabalhistas.
Clegg, que é vice-primeiro-ministro e corre o risco de não ser reeleito, tem partido para o ataque contra Cameron.
"Os conservadores só pensam em cortar, cortar e cortar", afirma o liberal-democrata.
"Esse tipo de coisa não funciona", reagiu o primeiro-ministro, acusando Clegg de "fugir de seu histórico".