Executiva Carly Fiorina anuncia ser pré-candidata à Casa Branca
Ex-presidente da HP por ora é a única mulher na disputa republicana e se apresenta como anti-Hillary
Desconhecimento do público prejudica, dizem analistas; outro cenário é ela ser vice em chapa com Jeb Bush
A ex-presidente da HP Carly Fiorina, 60, anunciou nesta segunda (4) que vai disputar a candidatura à Casa Branca pelo Partido Republicano para as eleições de 2016.
As primárias republicanas devem ser concorridas. Já há outros quatro nomes na corrida, e a expectativa é que esse número chegue a 13. O ex-governador do Arkansas Mike Huckabee deve anunciar candidatura nesta terça (5).
Fiorina, no entanto, por ora é a única mulher na disputa do partido. E, ao anunciar sua candidatura, mostrou a que veio: quer se colocar como a melhor opção contra Hillary Clinton, ex-secretária de Estado, ex-senadora, ex-primeira-dama e provável candidata democrata.
Em vídeo divulgado nesta segunda, Fiorina assiste ao anúncio da pré-candidatura de Hillary. Ela, então, desliga a TV e pede o fim da era da "política de identidade".
"Sabemos que a única forma de reimaginar nosso governo é reimaginar nossos líderes", diz Fiorina, que tem feito duras críticas à atuação da democrata no governo.
Fiorina também quer usar a experiência de mulher de negócios e suas posições conservadoras para conseguir a nomeação republicana --é ferrenha opositora do aborto e já afirmou que a luta contra o aquecimento global não pode prejudicar o setor privado.
Mas, de acordo com o estrategista político Reed Galen, que trabalhou nas campanhas presidenciais de George W. Bush e do senador John McCain, sua candidatura ainda tem poucas chances de se materializar.
"Eu acho que é uma tentativa pouco concreta. Ela não concorre a um cargo público desde 2010 [quando perdeu campanha como senadora da Califórnia], nunca teve uma posição no Legislativo ou no Executivo", afirmou Galen.
Pesquisa do jornal "The Washington Post" e da rede de TV ABC, de março, mostra que Fiorina tem a preferência de só 1% dos eleitores de primárias republicanas.
Levantamento feito pelo site "FiveThirtyEight", do estatístico Nate Silver, aponta que nenhum grande partido nomeou um candidato que não tivesse sido ao menos governador, senador ou vice-presidente desde os anos 1970.
"Ser a única mulher na corrida e, além disso, uma ex-executiva, é importante. Mas é o suficiente?", disse Galen.
Até mesmo sua experiência no setor privado pode depor contra ela. Presidente da HP entre 1999 e 2005, Fiorina foi forçada a deixar o cargo depois que uma fusão de US$ 19 bilhões com a Compaq, orquestrada por ela, não rendeu os benefícios esperados.
Analistas afirmam, porém, que ela pode ser apontada como vice na chapa republicana, possivelmente com o ex-governador da Flórida Jeb Bush, irmão do ex-presidente George W., como postulante à Casa Branca.
As chances aumentam se Hillary Clinton for mesmo a escolhida pelos democratas.