Venezuela condena oito oficiais por 'conspiração'
Militares são acusados de se envolver em ação para assassinar presidente
Penas vão de 5 a 8 anos de prisão; diplomatas dizem que evidências reunidas pelo governo são pouco convincentes
O ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, anunciou nesta quarta (6) que oficiais presos em março por suposta tentativa de golpe contra o presidente Nicolás Maduro foram condenados a penas de prisão que variam de cinco a oito anos, segundo a mídia local.
Entre os condenados está uma mulher, capitã da Aeronáutica, identificada como Laired Salazar. "A pátria faz justiça! Tribunais militares sentenciam oito oficiais da 'Operação Jericó´por incitação à rebelião e crime contra o decoro militar", disse Padrino López pelo Twitter.
Segundo o governo, a Operação Jericó era um plano pelo qual conspiradores usariam um avião militar do tipo Tucano para bombardear edifícios estratégicos de Caracas e assassinar Maduro.
O alegado plano foi revelado em março no programa de TV semanal do presidente do Legislativo, o capitão do Exército Diosdado Cabello, e teria sido desbaratado pelo serviço de inteligência.
Provas não foram apresentadas em público, mas a chancelaria convocou embaixadores estrangeiros para exibir supostas evidências.
Em conversa com a Folha, diplomatas presentes no encontro se disseram pouco convencidos com as provas em si. Mas setores em Caracas especulam que o governo pode, de fato, ter identificado alguma movimentação suspeita nas Forças Armadas.
Governistas afirmam que a Operação Jericó tinha participação dos EUA e de vários líderes da oposição venezuelana, entre os quais o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, que havia sido detido semanas antes por suposta conspiração.
Tanto o governo americano quanto os partidos opositores negam planos golpistas.
Ledezma foi recentemente transferido para casa --onde passou a cumprir regime de prisão domiciliar-- para ser tratado de uma hérnia.