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Comunidade 'adotou' cidade na Flórida onde prefeito é venezuelano
O primeiro venezuelano-americano a se tornar prefeito nos EUA foi eleito nos anos 1990 numa cidade de Connecticut e hoje está preso por abuso sexual de crianças.
O segundo é Luigi Boria, 57, pastor evangélico, empresário e lobista ativo. Desde 2012, Boria é prefeito de El Doral, próspero município da grande Miami que abriga a maior concentração de venezuelanos no exterior.
Dos 50 mil habitantes, 15 mil são venezuelanos. O fluxo não para, devido à deterioração das condições de vida na Venezuela.
"Miami sempre atraiu latinos, mas os venezuelanos adotaram El Doral pelo ambiente que lembra o de bairros de classes média da Venezuela, pelos restaurantes típicos e pelas boas escolas", diz o prefeito.
A comunidade é constituída principalmente de profissionais liberais e empresários, quase todos opositores.
Boria sabe, porém, que El Doral também abriga famílias de "boliburgueses", que enriqueceram graças ao governo bolivariano. "Se está aqui, não pode ser chavista, é capitalista", ironiza.
Ao contrário da maioria, Boria deixou a Venezuela antes da ascensão de Chávez. "Saí em 1989, depois que meu pai, um comerciante conhecido, foi assassinado em Caracas", diz o prefeito.
Boria orgulha-se de ter construído parques e de ter recebido o concurso de Miss Universo 2014, organizado pelo magnata Donald Trump.
Mas Boria é contestado. Em 2013, foi acusado de abuso de poder em seus negócios. Muitos o veem como extremista.
Ele admite posições conservadoras, mas se diz independente, não republicano.