Servidores do Itamaraty fazem greve em ao menos 70 postos
Alguns consulados, como o de Nova York, ficaram abertos só para emergências; assembleia na quarta decide se paralisação segue
No primeiro dia de greve dos servidores do Itamaraty, ao menos 70 dos 227 postos do Brasil no exterior registraram paralisações nesta terça (12), segundo o Sinditamaraty --que representa os funcionários. A adesão foi vista principalmente entre oficiais e assistentes de chancelaria, mas diplomatas também pararam em alguns postos.
O consulado de Nova York ficou aberto apenas para serviços emergenciais. Também houve paralisações na missão brasileira na ONU, em Nova York, nos consulados em Washington e outras três cidades americanas, além de embaixadas em Londres, Madri e Nairóbi (Quênia).
Entre os serviços que não pararam estão o atendimento consular de emergência, que inclui emissão de passaportes e vistos em casos de risco de saúde ou segurança, e o pagamento de contas do posto. Nesta quarta, a greve segue, mas haverá nova assembleia para decidir se ela se estende pelo resto da semana.
A principal reivindicação é a garantia do pagamento do auxílio-moradia, que, no último ano, chegou a ser atrasado em três meses. Em abril, o ministério pagou o trimestre atrasado, mas a parcela do início de maio já está atrasada.
"Eles acenam com um pouquinho, mas a gente continua na mesma insegurança", diz Tatiana de Garcez, oficial de chancelaria na embaixada de Londres e teve que retirar mais de R$ 45 mil da poupança para cobrir parcelas em atraso.
"O auxílio corresponde a cerca de 120% de nossos salários", afirma Helder Nozima, vice-cônsul em Nova York. O Itamaraty diz estar em contato com outros ministérios para tentar resolver problemas relacionados a orçamento.