EUA
Acidente com trem que ia para NY matou ao menos sete e feriu 200
Após descarrilamento, republicanos negam aumento de recursos para Amtrak; governistas culpam Congresso por situação de ferrovias
O descarrilamento de um trem da empresa Amtrak que ia de Washington para Nova York com mais de 240 pessoas a bordo matou ao menos sete e deixou mais de 200 feridos na Filadélfia na noite de terça-feira (12).
Por causa do acidente, as operações na linha de trem mais movimentada dos EUA foram interrompidas. A polícia ainda apura as causas.
O sétimo corpo foi encontrado na tarde desta quarta (13) por equipes de resgate em meio aos destroços do trem.
Fontes envolvidas na investigação disseram ao "The New York Times" que, segundo os registros do trem, ele viajava a 106 milhas por hora (170 km/h), o dobro da velocidade permitida naquele trecho, segundos antes do acidente.
Mais tarde, a informação foi confirmada por Robert Sumwalt, chefe das investigações realizadas pelo National Transportation Safety Board, a autoridade de transportes do país.
Passageiros da composição relataram cenas caóticas, com pessoas sendo arremessadas contra as paredes do trem e atingidas por bagagens e objetos soltos.
Especialistas afirmaram ao "NYT" que o desastre poderia ter sido evitado por um sistema chamado "controle positivo do trem", capaz de reduzir automaticamente a velocidade de uma composição que esteja viajando rápido demais.
Para que o sistema funcione, é preciso que esteja instalado no trem e na ferrovia --o que não ocorre no trecho onde aconteceu o acidente.
Horas após o descarrilamento, parlamentares democratas pediram no Congresso um aumento nos recursos destinados à Amtrak, argumentando que o acidente é resultado do fracasso do Legislativo em garantir a manutenção das ferrovias do país.
O pedido foi negado pelos deputados republicanos, que acusaram os governistas de usar a tragédia de forma política. O Congresso ainda discutirá em breve se vai estender de 2015 para 2020 o prazo para terminar de instalar o sistema de "controle positivo".
Nos últimos cinco anos, os gastos públicos com infraestrutura caíram nos EUA, atingindo, em 2015, seu menor valor em 22 anos.