Rússia barra ONGs que 'ameacem' a Constituição
Trabalho forçado é uma das punições previstas
A Duma, câmara baixa do Parlamento russo, aprovou nesta terça (19) uma lei que barra organizações não governamentais estrangeiras que sejam consideradas uma ameaça à ordem constitucional, à defesa ou à segurança do país.
A lei aumenta a pressão sobre as ONGs, após a Rússia ter criado regra em 2012 que obrigou os grupos que recebem qualquer financiamento do exterior a se registrarem como "agentes estrangeiros".
A decisão foi vista à época por críticos do Kremlin como uma tentativa de amordaçar a dissidência.
A nova lei autoriza a proibição de operações na Rússia de qualquer ONG que seja declarada "indesejável" pelo procurador-geral russo.
Além da interdição de funcionamento, as ONGs e seus responsáveis podem ser alvos de penalidades, como sanções financeiras, restrições de deslocamento e condenação a até seis anos de prisão ou a trabalhos forçados.
A lei ainda precisa de aval do Senado antes de ser sancionada pelo presidente Vladimir Putin.
Desde que voltou ao Kremlin, em 2012, o presidente disse que não permitiria que o Ocidente usasse grupos de direitos civis para fomentar a inquietação social na Rússia.