Caracas tem de resolver crise 'democraticamente', diz Dilma
Ao lado de líder uruguaio, presidente pediu a governo e oposição venezuelanos por solução pacífica; país terá eleições no fim do ano
Durante visita ao Brasil do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, nesta quinta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff afirmou que os dois países se preocupam com a situação política da Venezuela e creem que o governo e as forças opositoras devem solucionar os conflitos "pacífica e democraticamente".
"Coincidimos na preocupação da situação da Venezuela e na avaliação de que seu legítimo governo e as diferentes forças políticas venezuelanas devem buscar solucionar pacífica e democraticamente, no marco institucional do país, os conflitos, adversidades e desafios existentes", disse Dilma.
A Venezuela terá eleições legislativas até o fim do ano (ainda sem data definida). No domingo (17), a Mesa da Unidade Democrática, coalizão de partidos de oposição ao presidente Nicolás Maduro, fez prévias, e a ala moderada, liderada pelo ex-candidato à Presidência Henrique Capriles, ganhou a maioria das candidaturas. O Parlamento é dominado pelos chavistas.
O governo brasileiro tem sido cobrado com mais intensidade a se posicionar diante de prisões de líderes opositores da Venezuela, como Leopoldo López e Antonio Ledezma --este foi detido na condição de prefeito metropolitano de Caracas.
Lilian Tintori e Mitzy Capriles, respectivamente mulheres de López e Ledezma, estiveram no Brasil este mês e tentaram se reunir com Dilma para pedir apoio à libertação de seus maridos. Elas só conseguiram falar com um diplomata indicado pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Na ocasião, o ministro defendeu a convocação das legislativas venezuelanas "no menor prazo possível".