China nega autoria de ataques cibernéticos ao governo dos EUA
Ação em 2014 violou dados de 4 milhões de servidores americanos
O governo chinês negou nesta sexta (5) que tenha algum envolvimento com uma série de ataques feitos por hackers a computadores de agências federais dos EUA.
Na quinta (4), o Escritório de Recursos Humanos do governo dos EUA (OPM, na sigla em inglês) revelou que dados de 4 milhões de funcionários federais vazaram devido a um ataque cibernético no final do ano passado.
Segundo funcionários dos EUA, a suspeita é que o ataque tenha partido da China.
Os dois países anunciaram recentemente que darão mais atenção à segurança na rede.
Na semana passada, ao divulgar as prioridades de sua estratégia militar, o Conselho de Estado da China informou que vai acelerar o desenvolvimento de forças para combater "ameaças graves" à sua infraestrutura cibernética.
O Departamento de Defesa dos EUA, por sua vez, anunciou no final de abril uma nova estratégia de segurança que prevê "operações cibernéticas para atingir as redes de comando e controle, a infraestrutura militar e as capacidades de armamento de seus adversários".
Nesta sexta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, declarou que "os ciberataques costumam ser anônimos e lançados de fora de fronteiras" e que "é difícil rastrear a sua origem".
"Não realizar investigações profundas e seguir utilizando palavras como 'possível' é irresponsável e sem fundamento científico", afirmou.
Segundo o jornal "The New York Times", há pouca dúvida de que a ação tenha saído da China, mas não se sabe se o governo está envolvido.
Questionado sobre a possível participação de Pequim no ataque, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que "não há uma conclusão sobre a atribuição".
O "NYT" revelou nesta sexta que dados de funcionários de duas empresas de saúde dos EUA, Anthem e Premera, também foram roubados.
Segundo especialistas em segurança na internet, a violação foi feita pelos mesmos autores do caso do OPM.
VAZAMENTO
Este não é o primeiro caso em que os EUA suspeitam de ataques virtuais de Pequim.
Um ataque recente teve como alvo informações sobre funcionários federais que possuem autorizações especiais de segurança. A suspeita recaiu sobre chineses.
Também ocorreram ataques virtuais recentes a diversos outros alvos, incluindo companhias seguradoras.
No ano passado, o Departamento de Justiça dos EUA indiciou cinco chineses sob acusação de roubo de dados.
O governo chinês sempre negou as ações e diz que também é vítima de hackers.