Taxistas bloqueiam aeroportos em ato anti-Uber na França
Passageiros tiveram de chegar a pé até os terminais de Orly e Charles de Gaulle; classe vê concorrência desleal
Ministro francês do Interior pede à polícia que aprove decreto contra aplicativo para motoristas particulares
Milhares de taxistas bloquearam nesta quinta-feira (25) o acesso aos aeroportos de Paris em protesto contra o aplicativo Uber, que oferece serviço de motoristas particulares a passageiros.
A mobilização ocorreu em toda a França, mas foi na capital que houve a maior adesão e os maiores transtornos. Os taxistas fizeram barricadas para impedir a passagem aos terminais de Orly e Charles de Gaulle.
Diante do engarrafamento, passageiros tiveram que caminhar com malas pelas estradas para não perder seus voos. Além dos aeroportos, foi bloqueada a Gare du Nord, de onde partem trens para vários lugares da Europa.
Os taxistas consideram desleal a concorrência com o aplicativo, que já provocou protestos em São Paulo. "Fomos obrigados a ter esta fase de radicalização", disse Abdel Ghalfim, taxista filiado à Confederação Francesa Democrática do Trabalho.
Alguns deles portavam barras de ferro e tacos para tentar atacar os carros que faziam transporte de passageiros sem autorização.
A cantora americana Courtney Love disse no Twitter que o carro onde estava foi um dos alvos. "Fizeram uma emboscada no nosso carro e mantiveram nosso motorista refém. Eles estão batendo nos carros com barras de metal. Isto é a França? Estou mais segura em Bagdá."
PROIBIÇÃO
Em resposta aos taxistas, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, ordenou à polícia que seja aprovado um decreto para proibir o Uber e "evitar transtornos à ordem pública".
Para o porta-voz do Uber na França, Thomas Meister, Cazeneuve está violando o processo legal. "É a Justiça que tem que decidir se alguma coisa é legal ou ilegal."
O aplicativo tem mais de 1 milhão de usuários na França, entre passageiros e motoristas. Desde 2014, taxistas protestam, e o governo tem buscado proibi-lo.