Dilma atribui a Biden retomada das relações
A presidente Dilma Rousseff atribuiu ao vice-presidente dos EUA, Joe Biden, o restabelecimento das relações entre os dois países e disse que "o sucesso desse encontro tem uma dívida histórica com o vice-presidente por sua determinação e disponibilidade para dialogar".
Em 2013, Dilma cancelou viagem aos EUA depois da revelação de que teria sido espionada por Washington. Em almoço no Departamento de Estado nesta terça-feira (30), ela disse que Biden a tem "honrado" com sua "amizade" e telefonemas.
"Em várias oportunidades, as diversas demonstrações de interesse e amizade que o senhor externou pelo meu país o tornaram um amigo muito especial para mim e para o povo do meu país", disse Dilma. Segundo ela, Biden "muito contribuiu para que esta visita se tornasse possível".
Biden, que discursou antes de Dilma, disse que admira o Brasil "porque admiro a presidente Dilma".
O vice americano esteve com Dilma no Brasil durante a Copa do Mundo, em 2014, e na posse dela em seu segundo mandato, em janeiro. Foi ele quem assumiu o contato para azeitar a relação após o caso da espionagem. Biden inclusive telefonou a Dilma uma semana antes de sua visita para os últimos acertos.
Acompanhada da filha, Paula, e dos ministros de sua comitiva, Dilma foi recebida em almoço para cerca de 200 pessoas. Segundo um assessor do Itamaraty, o governo americano chegou a convidar a modelo Gisele Bündchen e o jogador de basquete Nenê, que moram nos EUA, mas nenhum dos dois compareceu.
Na antessala, uma instrumentista tocava harpa. No menu, ervilhas com queijo de cabra de entrada, ensopado de frutos do mar e musse de limão. Havia duas opções de vinho --Sauvignon Blanc Mazzocco 2014 e Chardonnay Matrix Bacigalupi 2012.
Dilma ficou surpresa quando o secretário-adjunto de Estado, Tony Blinken, mencionou a morte de Fernando Brant, autor de "Canção da América" --que, segundo o americano, "honra uma profunda amizade com os EUA".