Senado aprova novo embaixador para OEA
Plenário, que rejeitara 1ª indicação de Dilma, deu aval a Machado e Costa por 54 votos a 5
Depois de rejeitar a indicação de um aliado da presidente Dilma Rousseff para representar o Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos), o Senado aprovou nesta quarta (15) o nome do embaixador José Luiz Machado e Costa, 63, para ocupar o cargo, vago há quatro anos.
A aprovação registrou um placar de 54 votos favoráveis e apenas cinco contrários.
Em maio, o plenário do Senado rejeitou a indicação do diplomata Guilherme Patriota para a função. Próximo ao assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, Patriota é irmão do ex-chanceler e atual embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota.
A rejeição foi interpretada como uma retaliação do Senado ao governo Dilma.
Ao contrário do que ocorreu com Guilherme Patriota, Machado e Costa teve apoio de senadores da oposição. Para o senador José Agripino (DEM), é um nome "desarmado de espírito ideológico".
O petista Jorge Viana (AC) também elogiou a indicação: "A retomada das relações diplomáticas entre Cuba e EUA vai certamente fortalecer o papel da OEA. (...) Temos a indicação de um nome que vai representar bem o Brasil".
PARALISIA
Em sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado, na semana passada, Machado e Costa reconheceu certa "paralisia" da OEA diante das divergências entre os membros da organização.
"A OEA é hoje o único organismo das Américas que contempla as ilhas do Caribe e a maior potência do planeta [EUA]. (...) Essa diversidade às vezes é traduzida em disputa (...), o que acaba por gerar certa paralisia", disse.
"Considero o Brasil o único país capaz de transitar com facilidade por todos os diferentes grupos dentro da organização", acrescentou.