Casa Branca diz já ter plano para fechar Guantánamo
Promessa foi feita por Obama ao assumir; segundo porta-voz, proposta está nos 'estágios finais' de redação
O governo dos EUA está perto de concluir um plano para fechar a prisão militar de Guantánamo, disse nesta terça (22) o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest.
A base militar em Cuba é usada para a detenção de suspeitos de terrorismo que não foram indiciados formalmente, sob o status de "combatente inimigo". O fechamento da controvertida prisão foi uma das primeiras promessas feitas pelo presidente Barack Obama após tomar posse, em 2009.
Segundo Earnest, fechar a prisão é "interesse de segurança nacional" dos EUA e uma "prioridade" para Obama. O comentário foi feito para contestar uma reportagem do jornal "The New York Times" que afirma que o plano de desativar Guantánamo "está perto do colapso".
"O governo está nos estágios finais da redação de um plano para fechar de forma responsável e segura a prisão e apresentá-lo ao Congresso", disse Earnest.
Segundo o "New York Times", a assessora de segurança nacional da Casa Branca, Susan Rice, apresentou recentemente um memorando ao secretário de Defesa, Ash Carter, afirmando que ele teria 30 dias para decidir sobre a transferência dos prisioneiros de Guantánamo –dos 780 detentos originalmente na prisão, ainda restam 116.
A promessa de Obama de fechar a prisão esbarra há seis anos na oposição conservadora do Congresso, que alega que a transferência dos suspeitos para outros países pode se tornar um risco para a segurança dos EUA.
Para Daphne Eviatar, da organizacão Human Rights First, o fato de a Casa Branca estar concluindo um plano para desativar a prisão é um bom começo, mas é preciso um esforço maior. "A Casa Branca não pode ficar culpando o Congresso, e o Congresso também tem que fazer mais. Isso não pode continuar sendo um futebol político, disse à revista "Time".
A prisão de Guantánamo foi estabelecida em 2002 pelo governo de George W. Bush para deter os suspeitos de sua "Guerra ao Terror", lançada após os atentados de 11 de setembro de 2001.