Gafe sobre menstruação põe chances de Trump em risco
Pré-candidato à Casa Branca diz que âncora tinha "sangue saindo sei lá de onde"
Apesar de histórico de deslizes, bilionário ainda lidera no partido, com 24%, à frente de Jeb Bush, que tem 12%
Rivais republicanos de Donald Trump apostam que a última gafe do bilionário vai enterrar sua pré-candidatura à Presidência dos Estados Unidos definitivamente.
Na sexta-feira (7), Trump insinuou que a âncora da Fox News Megyn Kelly havia sido agressiva durante o debate de quinta-feira (6) porque estava menstruada. Ele disse que Kelly tinha "sangue saindo dos olhos, sangue saindo...sei lá de onde".
A jornalista havia interpelado Trump sobre comentários misóginos que o empresário já fez –ele chamara uma comediante de "porca gorda" e "gorda desleixada".
Trump passou o domingo (9) desmentindo que citasse aspectos hormonais de Kelly. "Eu quis dizer sangrar pelo nariz e pelas orelhas. Você acha que eu faria um comentário estúpido desses?"
Muita gente achou que sim, inclusive Erick Erickson, radialista que cancelou o convite para Trump participar de uma conferência de conservadores. "Ele passou do limite da decência", disse.
"As mulheres entenderam o comentário. E sim, é ofensivo", disse Carly Fiorina, única mulher entre os 17 pré-candidatos republicanos.
Mas será que o deslize vai mesmo interromper a ascensão de Trump?
Ele já disse que o México estava mandando estupradores para os EUA e que o senador John McCain, que ficou quase seis anos preso no Vietnã, não era "herói de guerra".
Apesar dos comentários pouco diplomáticos (ou talvez por causa deles), Trump lidera a corrida pela indicação: na última média de pesquisas compilada pelo site Real Clear Politics, ele tem 24,3% dos votos, e Jeb Bush, irmão do ex-presidente George W. Bush, tem 12,5%.
Mas o risco é que, diante de uma implosão, Trump opte por uma candidatura independente e divida os votos dos conservadores. O fantasma de Ross Perot assombra os republicanos. Em 1992, Perot concorreu como independente, roubou parte dos votos de George Bush pai e ajudou Bill Clinton a vencer.