Inundações viram assunto de eleições na Argentina
Província de Buenos Aires sofre com o problema há quase uma semana
Candidato à Presidência e governador da região, Daniel Scioli foi criticado por viajar ao exterior na terça-feira
As inundações que castigam há quase uma semana a província de Buenos Aires viraram tema da campanha eleitoral na Argentina.
A província, que circunda a capital, engloba 40% da população do país. É também o seu maior colégio eleitoral.
Daniel Scioli, candidato a presidente de Cristina Kirchner, é o governador da província de Buenos Aires.
Segundo a imprensa argentina, as enchentes já afetaram 20 mil pessoas ""4.000 estão desalojadas.
Nesta quarta (12), o governo anunciou que aumentará por três meses os benefícios sociais dos moradores das áreas alagadas. Aposentados também receberão uma pensão mais alta por dois meses.
O período de ajuda extra coincide com o tempo até as eleições, cujo primeiro turno será em 25 de outubro ""se houver um segundo turno, será em novembro.
Concorrentes de Scioli criticam o governador, que viajou à Itália na terça (11), no meio do problema.
Segundo seus assessores, Scioli foi fazer um tratamento de rotina no braço amputado. Ex-piloto de lanchas, ele perdeu o braço direito em um acidente em 1989.
O candidato aproveitaria a viagem para se encontrar com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
Nesta quarta (12), porém, seu chefe de gabinete, Alberto Pérez, informou que Scioli cancelou os compromissos e está voltando ao país.
"As chuvas inéditas em distintas províncias da Argentina e o agravamento da situação nas últimas horas fizeram com que ele tomasse a decisão de regressar antecipadamente", informou.
Principal candidato opositor, Mauricio Macri, do PRO, que integra a aliança Cambiemos (Mudemos), aproveitou a situação para acenar a líderes da região alagada.
Chefe de governo da capital do país, que não faz parte da província, Macri ofereceu o trabalho de suas equipes. "Estamos coordenando a ajuda com prefeitos que se sentem abandonados", disse.
Sergio Massa, candidato a presidente do partido Frente Renovadora, da coalizão Unidos por uma Nova Argentina, chamou de "inoportuna" a viagem de Scioli.
"A inundação não tem cor política, não tem 'amigos nem inimigos'", afirmou, referindo-se à confrontação do kirchnerismo.
"O único ministério que funciona bem [na província] é o da publicidade. Para esse, nunca falta dinheiro."