Washington anuncia morte de nº 2 do EI
Braço-direito de Abu Bakr al-Baghdadi foi morto em um bombardeio no Iraque no dia 18, afirma Casa Branca
Fadhil Ahmad al-Hayali era responsável pela operação da milícia no Iraque e participou da tomada de Mossul
A Casa Branca anunciou nesta sexta-feira (21) a morte de Fadhil Ahmad al-Hayali, número dois no comando do Estado Islâmico. Ele foi morto por um bombardeio na terça-feira (18), no Iraque.
Também conhecido como Haji Mutazz, e principalmente pelo nome de guerra Abu Muslim al-Turkmani, ele era o braço direito do auto-declarado califa Abu Bakr al-Baghdadi, líder do EI.
Sua morte já havia sido anunciada em dezembro de 2014. Se confirmada desta vez, pode impactar as capacidades operativas da milícia radical.
Turkmani era responsável pelas atividades do EI no Iraque, com participação estratégica na tomada de Mossul, em junho de 2014, uma das conquistas mais emblemáticas da facção.
Anteriormente um coronel durante o regime do ex-ditador Saddam Hussein ex-membro da Al Qaeda no Iraque, ele também coordenava o transporte de armas, explosivos, veículos e pessoas entre a Síria e o Iraque.
O anúncio americano de que Turkmani foi morto em um ataque aéreo, dentro de um carro, foi interpretado por analistas como um indício de que o governo tem algum grau de inteligência militar no território iraquiano, para que possa realizar o ataque com essa precisão.
CONTRAOFENSIVA
O Estado Islâmico declarou há um ano seu califado em um território que inclui partes da Síria e do Iraque.
Desde então, tem lutado pela sua sobrevivência, atacado pelos governos dessa região e por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos.
Diversos membros da alta cúpula do EI já foram dados como mortos, e o próprio autodeclarado califa Baghdadi pode estar ferido.
São notícias celebradas pelos inimigos do EI –mas, por enquanto, não representam um freio ao seus avanços.
A morte de militantes é, de acordo com as estimativas de analistas, compensada pela chegada de novos militantes.
O EI atrai milhares de recrutas por meio de sua sofisticada propaganda nas redes sociais.
A organização também é responsável por diversos ataques terroristas em outros países, como o tiroteio no balneário de Sousse, na costa da Tunísia.
Não está claro como de fato se organiza o EI.
Parte da informação reproduzida pela imprensa vem de documentos investigados por jornais como o "Telegraph" e a revista "Der Spiegel".
Mesmo fontes de Inteligência discordam, por exemplo, sobre a real posição de Turkmani no EI.
Outros membros estratégicos para a organização são Abu Muhammad al-Adnani, apontado como porta-voz do califado, e Turki al-Binali, hoje uma de suas autoridades religiosas.