Brasil quer levar crise fronteiriça à Unasul
Bogotá prefere OEA para lidar com Caracas
O Brasil continuará articulando movimentação na Unasul (bloco político sul-americano) para solucionar a crise fronteiriça entre Colômbia e Venezuela, segundo disseram fontes diplomáticas à Folha.
A Colômbia, porém, prioriza mediação da Organização dos Estados Americanos (OEA), onde tem apoio dos EUA e de outros países contra medidas hostis que a Venezuela impôs a cidadãos colombianos sob pretexto de combater o contrabando.
Oficialmente, o Brasil nega privilegiar a União de Nações Sul-Americanas, bloco criado em 2008 por Brasília e Caracas. Mas o governo brasileiro se absteve de apoiar o pedido da Colômbia para um encontro de chanceleres da OEA.
A posição do Brasil, na prática, favoreceu a Venezuela, que rejeita mediações da OEA. Caracas acusa a organização de se pautar pelos interesses de EUA e aliados.
"O Brasil entende que a Unasul é o mecanismo mais adequado para dar respaldo multilateral às gestões para resolver um problema bilateral", diz um consultor com trânsito entre os governos venezuelano e brasileiro.