Milhares de refugiados rompem cerco policial e entram na Croácia
Repressão na Hungria faz fronteira croata se tornar nova rota
Milhares de refugiados romperam um cerco policial nesta quinta-feira (17) e entraram na Croácia, vindos da Sérvia e andando em meio a plantações e linhas de trens. Desde o aumento da repressão a estrangeiros na Hungria, a Croácia tem se tornado a principal rota de entrada na União Europeia.
O ministro croata do Interior, Ranko Ostojic, afirmou que o país não tem capacidade para receber novas levas de refugiados e que quem não solicitar asilo será tratado como ilegal.
A restrição é uma tentativa de desencorajar os refugiados a usarem o país como rota em direção a nações mais ricas da União Europeia (UE).
Mais de 6.500 pessoas entraram no país via Sérvia nas últimas 24 horas, segundo o governo, após a entrada em vigor na Hungria de uma nova legislação que criminaliza aqueles que entram sem autorização no país ou danificam a cerca de arame farpado que protege a fronteira.
Na última quarta (16), houve confronto entre uma multidão de refugiados e a polícia húngara nas proximidades do principal posto da fronteira com a Sérvia.
Já nas proximidades da cidade de Tovarnik, na Croácia, perto da fronteira, os refugiados encontraram bloqueios policiais que tentavam impedi-los de prosseguir.
A polícia também foi mobilizada na capital, Zagreb, para cercar um hotel que abrigava centenas de refugiados.
"Quando dissemos que os corredores [para refugiados] estavam preparados, nos referíamos a um corredor de Tovarnik a Zagreb", disse o ministro Ostojic, dando a entender que não deve permitir passivamente que os refugiados sigam rumo à fronteira com a Eslovênia –que reinstituiu os controles de fronteira, apesar de se encontrar dentro do espaço Schengen.
As autoridades também advertiram os estrangeiros a não andar fora de estradas demarcadas, já que o território ainda contém minas terrestres escondidas, da época da guerra de independência da Iugoslávia (1991-1995)