Brasil indica a Israel insatisfação com nome de embaixador
Premiê israelense nomeou Dani Dayan, que é contrário a Estado palestino, em agosto
O Palácio do Planalto indicou a autoridades de Israel não estar satisfeito com o nome escolhido para comandar a embaixada no Brasil.
Dani Dayan foi anunciado em agosto pelo Twitter do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, e foi visto com ressalvas pelo governo brasileiro.
Segundo a Folha apurou, o anúncio do novo embaixador não foi seguido do pedido formal de agrément ao Brasil. No jargão diplomático, o documento significa o aval do país que vai receber o chefe do posto.
O Planalto e o Ministério de Relações Exteriores ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
O argentino naturalizado israelense é uma das principais lideranças de colonos na Cisjordânia e tem posição contrária à criação de um Estado palestino.
Desde a nomeação, o governo brasileiro indicou a israelenses, em consultas informais, que o nome de Dayan não era visto com bons olhos, já que sua opinião é oposta à defesa do Brasil de um Estado palestino.
Duas semanas após o anúncio do novo embaixador, desembarcou no Brasil o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Alon Ushpiz.
Em Brasília, o número 2 da pasta se encontrou com autoridades do Executivo –entre elas o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
A insatisfação do Brasil não deve causar um incidente diplomático com Israel, mas é um novo episódio de desentendimento entre os países.
Em julho do ano passado, o Brasil chamou de "desproporcional" o uso da força por Israel contra Gaza, e não fez referência às agressões de palestinos contra israelenses. Em resposta à crítica, o então porta-voz da Chancelaria de Israel, Yigal Palmor, chamou o país de "anão diplomático".