Em nova escalada, palestinos matam três israelenses
Premiê de Israel promete 'medidas agressivas' contra os ataques; EUA dizem estar 'profundamente preocupados'
Choques na Cisjordânia deixaram um palestino morto; só em outubro, confrontos já mataram pelo menos 36 pessoas
Palestinos armados com facas e uma arma de fogo mataram ao menos três israelenses e feriram dezenas em uma série de ataques em Israel nesta terça (13), em mais um dia da onda de violência que já matou ao menos oito israelenses e 28 palestinos em outubro.
Em um dos ataques desta terça, "dia de fúria" organizado por grupos palestinos, dois homens invadiram um ônibus em Jerusalém e deixaram ao menos 16 feridos e dois mortos, incluindo um homem de 78 anos. Um dos agressores foi morto e o outro, ferido.
Em outra ação praticamente simultânea, um homem lançou seu carro contra um ponto de ônibus de Jerusalém e começou a esfaquear pessoas que estavam no local. Ao menos um israelense foi morto, e cinco pessoas se feriram.
Segundo a polícia, os agressores eram de Jerusalém Oriental, território ocupado por Israel em 1967. O Hamas, grupo radical islâmico que controla a faixa de Gaza, chamou os ataques de "heroicos".
Houve distúrbios também na fronteira entre Gaza e Israel, onde jovens palestinos atiraram pedras e pneus em chamas contra soldados israelenses. O Exército disse ter respondido com "métodos de dispersão de distúrbios".
Na Cisjordânia, segundo o Crescente Vermelho palestino, 329 pessoas sofreram algum tipo de ferimento em choques com as forças israelenses, e um palestino de 20 anos foi morto perto de Belém. A cidade decretou greve geral de um dia, a partir desta quarta-feira (14).
'MEDIDAS AGRESSIVAS'
Diante dos ataques, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, convocou reunião de emergência de seu gabinete de segurança, interrompida para que o premiê discursasse ao Parlamento e prometesse "medidas agressivas".
"Não hesitaremos em usar todos os meios à nossa disposição para restaurar a paz", discursou Netanyahu. As medidas não foram divulgadas até a conclusão desta edição –mas, segundo a mídia israelense, o governo cogitava envio de tropas e bloqueio dos bairros palestinos de Jerusalém Oriental, entre outras.
O premiê também acusou o líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, de "mentir e incitar [a violência]". Em declarações públicas, Abbas tem pedido a contenção da escalada.
Os EUA condenam a incitação de ataques de palestinos a israelenses e estão "profundamente preocupados" com a violência, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. O secretário de Estado John Kerry prometeu ir à região em data a definir.