Painel do Leitor
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Brasil dividido
A pior ditadura não é aquela que nos aprisiona por nossas fraquezas, mas aquela que nos aprisiona por nossas necessidades. Não culpo o povo nordestino por ter escolhido Dilma. Antes do governo Lula, muitos nordestinos viviam na miséria. Nós do Sul e eles do Nordeste temos visões políticas diferentes. Nós vemos o PSDB como mudança, já eles veem como a volta do governo de FHC e da miséria de seu povo.
LUCAS FERREIRA RAMOS (São Paulo, SP)
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Duro, mas verdadeiro. Essa é a conclusão que extraí do texto de Vladimir Safatle ("O povo brasileiro não existe", "Opinião", 28/10). A imagem que se tinha de um país cordato, unido, se esvaiu, atingindo seu ápice nesta eleição. Afloraram sentimentos de desrespeito, desentendimento e agressividade. Perdemos a identidade coletiva. Promessas de diálogo e união não são suficientes para reconstruir a nação.
NORBERTO AGOSTINHO (Boituva, SP)
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Nem bem Dilma venceu, já tem gente desejando o pior para o país. Será possível que a frustração de alguns seja tão acachapante que não consigam refletir com bom senso? Quando vão entender que, se der errado --como eles parecem querer--, os principais prejudicados seremos nós? Vamos confiar que o novo governo venha a fazer um trabalho melhor e mais útil para todos. Se der errado, estaremos todos ferrados.
HUMBERTO MENDES (São Paulo, SP)
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O cinismo e a cara de pau da presidente chocam. Após campanha pautada pela incitação à luta de classes no Brasil --"nós e eles", "pobres e ricos"--, ao ser reeleita, ela pede "união".
PAULO RIBEIRO DE CARVALHO JR. (São Paulo, SP)
Ministro da Fazenda
Nada mais equivocado do que imaginar que Dilma irá convidar alguém do mercado financeiro para o Ministério da Fazenda. Na campanha, a própria presidente afirmou que "banqueiros tiram comida do prato de crianças". Ora, portanto seria hipocrisia agora convidar um agente do mercado financeiro para a pasta.
RAFAEL ROSSI (Blumenau, SC)
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O contraste entre a manchete "Dilma busca para a Fazenda nome do mercado financeiro" ("Primeira Página", 28/10) e as afirmações de Mantega sobre a economia mostra que o ministro foi demitido por justa causa e que o eleitor petista vota olhando apenas para o seu próprio umbigo.
LUDINEI PICELLI (Londrina, PR)
Ciclistas
Sou a favor da bicicleta nas grandes cidades. Contudo deve ser igualitária a cobrança de todos os que desrespeitam os sinais de trânsito. Eu fui atropelada por um ciclista que desrespeitou o semáforo e fugiu.
REBECA GELSE RODRIGUES, psicóloga (São Paulo, SP)
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A implantação das ciclovias foi um inopinado ato ditatorial, em cuja análise a população não teve participação. Terão o mesmo fim das faixas para motos?
PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO (São Paulo, SP)
Cobertura eleitoral
Em seu artigo "Dilma 7 x 1 Mentira" ("Eleições 2014", 27/10), Ricardo Melo critica a série de denúncias sobre o escândalo da Petrobras na mídia em geral, mas não cita a Folha, que, no sábado, estampou em manchete o depoimento secreto do doleiro Alberto Youssef. Publicado antes na "Veja", saiu também na Folha, porque, segundo o jornal, duas outras fontes confirmaram a informação. Melo preferiu atacar o "JN", que não endossou a reportagem por não confirmá-la, mas se viu obrigado a citá-la no sábado após ela motivar o ataque ao prédio da Editora Abril, uma afronta à liberdade de imprensa. O "JN" não publicou a resposta de Lula porque ela não existiu: ele disse que não a comentaria. Foram 26 segundos sobre denúncia e 56 segundos com a defesa de Dilma. Melo mostrou com a omissão à Folha e o ataque ao "JN" que sofre severamente do mal que condena: parcialidade.
ALI KAMEL, diretor de jornalismo e esporte da TV Globo (Rio de Janeiro, RJ)
RESPOSTA DO COLUNISTA RICARDO MELO - Reproduzo trechos de declarações de Lula no Facebook em 25/10/2014: "A 'Veja' ontem conseguiu o impossível. Inventar uma mentira, em que não tem ninguém dizendo absolutamente nada. É apenas a tentativa grotesca, inclusive de antecipar a tiragem para ver se influencia a imprensa brasileira". Não entro no mérito das palavras, é a opinião dele. Lembro apenas que o "JN" sempre utilizou depoimentos de redes sociais para ilustrar reportagens. Essas declarações estavam à disposição de todos, inclusive da Rede Globo, antes de a edição do telejornal de sábado (25) ir ao ar. Não tenho mandato para defender a Folha; sou apenas colunista. Mas quem conhece Redações sabe que o jornal que foi às bancas no dia 25 foi finalizado no dia anterior. A declaração do ex-presidente é do dia 25. Não estava à disposição quando da impressão do jornal, mas era de conhecimento de quem transmite ao vivo no dia seguinte. Julgue o leitor quem foi imparcial.