Painel do Leitor
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Novo governo
Agora que Dilma venceu, vemos uma profusão de palpites sobre o que ela deve fazer de seu governo --curiosamente, vindo de cidadãos que não votaram nela. Gostaria de lembrar que as ideias e as práticas da presidente foram referendadas pela maioria do eleitorado. Portanto, mais modéstia e contenção! Todo mundo pode sugerir o que quiser, mas as linhas mestras do governo serão traçadas por quem conquistou democraticamente nas urnas o poder de governar o país.
JOSÉ CLÁUVER DE AGUIAR JUNIOR (Santos, SP)
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O PSDB não teve a capacidade de ganhar do PT, que perdia para ele mesmo. Simples a razão: em três eleições presidenciais, o PSDB lançou três candidatos. Não firmou nenhum nome. E o pior: na hora de ganhar, colocou um candidato que governou Minas Gerais por oito anos e não conseguiu sequer ganhar nesse Estado. A sigla perdeu por seus candidatos não respeitarem a hora certa de cada um.
RÔMULO GOBBI (Santa Bárbara d'Oeste, SP)
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A eleição foi marcada pela liberdade de opinião que os eleitores de direita e de esquerda tiveram nos meios de comunicação. Podemos usá-los para exigir mudanças. Que os acalorados debates e discussões partidárias se transformem em cobranças. Assim realizaremos nossos papeis de cidadãos, exigindo melhorias, criando fóruns na internet, indo às ruas. Não podemos deixar que continuem acomodados.
HENRIQUE YOCHI (Monte Alto, SP)
Lula, 2018
Sobre o texto "Lula vai tentar interferir mais no governo e diz que voltará em 2018" ("Poder", 29/10), eu digo: Lula, não seja candidato. Você virou símbolo, um mito da esquerda brasileira e exemplo a ser seguido. Eventual derrota em 2018 ou um mandato mal sucedido não podem ser descartados. Dependem de fatores alheios à sua capacidade e podem prejudicar não só sua biografia como o futuro da esquerda brasileira.
AFONSO FARIA (Campinas, SP)
Conselhos populares
Os deputados que derrubaram o decreto de conselhos populares não querem ouvir o clamor da população. Estão comemorando como a "primeira derrota de Dilma no Congresso", mas quem perdeu foi o povo brasileiro, que não terá mais o direito de opinar sobre o futuro do país.
GILSON EDSON NASCIMENTO (Jandira, SP)
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Se os movimentos sociais querem participar das decisões governamentais, que se transformem em partidos políticos, para terem legitimidade. Atualmente nenhum deles representa a vontade do povo, pois não passou por eleição, que é o maior instrumento da democracia.
EDSON KITAMURA (São Paulo, SP)
Pizzolato
Menos de 48 horas após a proclamação da vitória da candidata Dilma, as Justiças do Brasil e da Itália nos brindam, respectivamente, com a determinação do cumprimento do restante da pena de José Dirceu em regime aberto e da soltura de Henrique Pizzolato. Pronto, podem se servir: meia portuguesa, meia napolitana.
CARLOS CARMELO BALARÓ (São Paulo, SP)
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Não sei porque o Pizzolato deveria continuar preso na Itália. Também não entendi a indignação das autoridades brasileiras, visto que apenas o sr. Marcos Valério --aliás, o único que não fez parte da alta cúpula do PT--, continua atrás das grades. Os demais mensaleiros condenados estão praticamente soltos.
MARISA BODENSTORFER (Lenting, Alemanha)
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É estarrecedor que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não admita que a negativa da extradição de Pizzolato seja retaliação da Itália ao governo brasileiro, que concedeu asilo político a Cesare Battisti. Pior é reconhecer que o único obstáculo à extradição seja o sistema carcerário brasileiro, criticado na decisão da italiana. Quer dizer: os estrangeiros têm mais autoridade para avaliar as condições do nosso sistema prisional.
SHARLON SCHMIDT RENZI (Brusque, SC)
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Pizzolato fica livre na Itália e vai poder curtir os apartamentos que comprou no litoral da Espanha, evidentemente com as economias dos seus tempos de sindicalista. Dirceu cumprirá pena em casa, o mesmo acontecendo com José Genoino, Delúbio Soares, Bispo Rodrigues e Jacinto Lamas. Isso é que é Justiça rigorosa! Acho que o crime não compensa mesmo. Será?
LAERCIO A. C. NEVES (Ribeirão Preto, SP)
Roubos em SP
A Folha usa a mesma política do PT: nada acrescenta e, se alguém reclama, se torna inimigo publico número um ("Aumento de roubos em SP volta a acelerar", "Cotidiano", 28/10). Afinal, qual a estatística de criminalidade do Brasil? Só no nosso Estado ela cresceu? Só nosso Estado tem uma PM ruim? Sem comparação não podemos descobrir onde está o erro. Reportagens como essa só valorizam os bandidos e desmerecem nossa PM.
SERGIO BARROS MINUCCI (Santos, SP)
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A divulgação da estatística de roubos possibilitará a Geraldo Alckmin dar um exemplo ao Brasil, inclusive como estadista, iniciando o medidas junto à Polícia Civil, oxigenando a sua cúpula com profissionais que tenham gabarito técnico-jurídico-administrativo aliado a um estímulo salarial ao menos próximo aos vencimentos do Poder Judiciário e do Ministério Público.
RUYRILLO PEDRO DE MAGALHÃES, advogado (Campinas, SP)