Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Petrobras
A Folha noticia na "Primeira Página" ("Executivos presos tentarão delação, prevê procurador", 17/11) que o Ministério Público Federal deseja que a dinheirama decorrente de acordos de delação seja usada para construir presídios. Nada disso. Deve ser usada para construir creches, escolas e unidades de saúde. Cuidemos das causas para não termos que cuidar das consequências.
ELIEU VIEIRA SOBRAL (São Paulo, SP)
-
Noticia-se que o PT foi o maior beneficiado com o desvio de recursos. Dilma não estará sujeita a processo de impeachment, se usou recursos desviados em sua campanha? Sabe-se que a prestação de contas é obra de ficção.
JOSÉ VICTOR DA SILVA (Balneário Camboriú, SC)
-
O ministro da Justiça disse que o governo está interessado em que tudo seja apurado e em que sejam punidos os culpados. Um dos delatores prometeu devolver R$ 70 milhões, agora o segundo promete a devolução de US$ 97 milhões. E os partidos envolvidos (PT, PMDB e PP), como ficam?
WALDIR NUNES (São Paulo, SP)
-
Empresários presos pedem delação premiada e devem dar os nomes dos beneficiários de propinas. Eles viram o que aconteceu a Marcos Valério, que não declinou os nomes de parceiros do mensalão e foi condenado a pena elevada, enquanto os políticos tiveram condenações mais brandas e já estão saindo da cadeia.
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, tenente e dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de SP) (São Paulo, SP)
Orçamento
A lamentável defesa da quebra da Lei de Diretrizes Orçamentárias ("Responsabilidades fiscais e sociais", Tendências/Debates, 15/11) não menciona a explosão de gastos de custeio em um governo com 39 ministérios e ineficazmente gerido. A quebra da LDO por quem deveria zelar por ela é um exemplo pernicioso à gestão pública, a Estados e municípios.
CHRISTIANO QUISSAK (Mogi das Cruzes, SP)
Opportunity
A reportagem "Lava Jato não pode virar 3º turno eleitoral', diz ministro" ("Poder, 16/11) cita Daniel Dantas, por isso é preciso esclarecer que desde o início da Operação Satiagraha, as ilegalidades foram identificadas pelo MPF (Ministério Público Federal). Por duas vezes, o MPF pediu a descontinuidade da investigação, "já que dos autos não consta nada de concreto que sequer sugira a prática de crime por quem quer que seja". Em 7 de junho de 2011, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acatou o parecer do MPF e anulou a ação penal originada pela Operação Satiagraha. O Opportunity e seus executivos foram vítimas de operações policiais encomendadas para atender interesses privados.
ELISABEL BENOZATTI, assessora de comunicação do Opportunity (São Paulo, SP)
Salários da USP
Sou favorável a que o limite dos salários seja o do governador. Como ele, tenho mais de 35 anos de serviço público, dedicados ao ensino e à pesquisa, junto a uma graduação, um doutorado, uma livre-docência e um concurso de professor titular. Acumulo sete quinquênios, uma sexta parte e benefícios por ter sido chefe de departamento por seis anos. Meu salário é maior que o do governador. No entanto, não moro no palácio, pago por minha comida, meu condomínio, água, luz, telefone, gás, gasolina e impostos. Qual salário é maior?
LUCILE MARIA FLOETER WINTER, professora titular do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da USP (São Paulo, SP)
Curso de medicina
Sobre a formação dos estudantes de medicina, deveriam existir critérios especiais de seleção no exame de ingresso. Seria importante saber se o candidato tem aptidão para lidar com seres humanos. Aqueles que possuem capacitação para a pesquisa científica ou tecnológica, mas não para lidar com pessoas, poderiam ser direcionados para outros cursos. E deveria haver uma limitação no número de vezes que o vestibulando pode prestar o exame.
FERNANDO TADEU CALDEIRA BRANDT, professor no Instituto de Física da USP (São Paulo, SP)
Adib Jatene
O país deve e muito a Adib Jatene, um homem desprovido de vaidades, que cumpriu sua missão como médico servindo a todos, independentemente da classe social. No Ministério da Saúde, foi um baluarte. Durante o tempo que lá esteve, fez muito mais do que ocupantes da pasta nos últimos 12 anos do atual governo.
CAETANO VASCONCELOS (Pedro Leopoldo, MG)
Enem
O leitor Leonardo Fraga Lima (Painel do Leitor, 14/11), sabatista, pensa que o Estado tem que se adaptar aos preceitos de sua religião. Ora, o Estado é laico. Já pensou se tivesse que respeitar as regras das inúmeras religiões que se professam neste país?
DÉA MARIA KOWALSKI (Curitiba, PR)
Fertilização
Por meio de resolução, a ANS exclui os métodos de reprodução assistida do rol de procedimentos com cobertura obrigatória pelo plano, restringindo o direito de ter filhos a quem pode pagar médico particular ou um advogado ("Justiça obriga plano a pagar fertilização até mulher engravidar", "Cotidiano", 13/11). Como já declarou o Judiciário, a norma é ilegal, pois a Lei de Planejamento Familiar (lei 11.935/2009) determina que, para o exercício desse direito, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção (artigo 9º).
NEWTON BUSSO, ginecologista e presidente da Comissão Nacional Especializada em Reprodução Humana da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, e NELSON ANTUNES JR., ginecologista e presidente da Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva (São Paulo, SP)