Painel do Leitor
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Lava Jato
Alberto Zacharias Toron gostaria de criar sua própria versão dos fatos na Operação Lava Jato, mas reclama que não tem acesso à delação premiada ("Nas provas, Lava Jato se parece com Guantánamo", "Entrevista da 2ª", 24/11). Experimenta do seu próprio veneno, que é fabricar a defesa, operada secretamente, sob o manto da confidencialidade. Se um advogado tiver acesso às informações de uma delação premiada antes que apareçam os seus resultados, na forma de provas, irá destruir esse processo.
PAULO HAROLDO RIBEIRO (São Paulo, SP)
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É estarrecedor um juiz negar acesso à defesa aos autos de inquérito ou processo criminal, ainda que estejam sob sigilo. É evidente e elementar que para que alguém se defenda de uma acusação saiba do que está sendo acusado e das provas que dizem constar contra ele. Tortura, prisões provisórias e delações premiadas, instrumentos com o mesmo DNA --o da arbitrariedade, da tirania e da violação de direitos e garantias fundamentais.
LEONARDO ISAAC YAROCHEWSKY, advogado e professor de direito penal (Belo Horizonte, MG)
Privatizações
O leitor Amauri Alvares (Painel do Leitor, 23/11) alega que a "privatização das ferrovias paulistas extinguiu o transporte de passageiros". O transporte de passageiros foi praticamente extinto antes da privatização. O leitor Diomedes Cesário da Silva (24/11) reclama de financiamentos do BNDES para as privatizações. Ora, um banco, público ou não, existe para fazer empréstimos. O importante é que eles sejam pagos. E foram. Além disso, as privatizadas passaram a pagar impostos e deixaram de receber recursos públicos a fundo perdido. Para as finanças públicas as privatizações foram excelentes.
ANDRÉ FRANCO MONTORO FILHO, professor da FEA/USP (São Paulo, SP)
Corrupção
Lamentável a estratégia de Mário de Oliveira Filho ("Ninguém põe um paralelepípedo' no Brasil sem fazer acerto, diz advogado", "Poder", 20/11). Generalizar a corrupção é um desrespeito a contratantes e construtoras que executam seus trabalhos com seriedade e transparência. A maioria dos contratantes luta contra a crescente escassez de recursos para investimentos e as construtoras, para assegurar mínima margem de resultados que lhes permita operar com qualidade.
CARLOS EDUARDO LIMA JORGE, presidente da COP (Comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção) (São Paulo, SP)
Equipe econômica
Valdo Cruz ("Dilma, a juíza", "Opinião", 24/11) mencionou que o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é um adepto da ortodoxia econômica que vai substituir Guido Mantega. Errou ao citar comando, pois Mantega nunca comandou coisa alguma. Era um poste fincado no ministério. Somente executava o que o presidente da vez mandasse. Conseguiu levar o país a uma estagflação e estava a caminho de uma retroflação, com pibinhos menores que uma unidade.
JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)
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Janio de Freitas ("O primeiro passo", "Poder", 23/11) fala que a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda é uma decisão política, não econômica, e menciona que a presidente teria feito a escolha por temor da "voracidade" com que os conservadores ambicionam a retomada do poder perdido. A escolha de um banqueiro para a Fazenda não estaria mais ligada à ruína em que sua equipe deixou as contas públicas e à falência do governo, que tenta fechar suas contas com uma lei que contraria a aritmética?
CARLOS ANTONIO ANSELMO GUIMARÃES, médico (Curitiba, PR)
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Espanta-me a surpresa dos leitores Vilma Amaro e Elisabeto Gonçalves Ribeiro (Painel do Leitor, 24/11) e do colunista Ricardo Melo ("Governo novo, ideias velhas", "Poder", 24/11) sobre os prováveis ministros. Parece que só eles acreditaram nas mentiras da Dilma na campanha eleitoral.
ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF)
Ricardo Semler
Parabéns à Folha pela publicação do excelente e corajoso artigo de Ricardo Semler ("Nunca se roubou tão pouco", Tendências/Debates, 21/11). É muito raro um empresário brasileiro ter a coragem de denunciar as práticas das licitações de estatais.
PAULA BARRETO, produtora de cinema (Rio de Janeiro, RJ)
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Não sei se o artigo de Semler é digno de aplausos ou de execração, pois pretende por meio de crimes ocorridos no passado contra o erário justificar o vergonhoso roubo praticado na Petrobras sob o comando do PT.
CÁSSIA MOREIRA (São José do Rio Preto, SP)
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Ricardo Semler consegue ver a floresta, não a árvore. Precisamos de mais Ricardos Semler. Deixemos de cinismo partidário. O roubo é sistêmico desde sempre.
EVANDRO CLEMENTINO (Belo Horizonte, MG)