Painel do Leitor
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Lava Jato
Chocante a foto da "Primeira Página" da Folha de 25/11. Uma pessoa idosa, sem esboçar mínima reação, precisa ser conduzida pela nuca e tratada com essa truculência toda pela PF? A polícia não se submete ao Estatuto do Idoso? Onde está o pessoal da Secretaria de Direitos Humanos, que não se posiciona? Não conheço tal senhor, não sei se é culpado, mas o tratamento dado hoje no Brasil fica pouco a dever ao da Gestapo, há mais de 70 anos.
JOSÉ TEÓFILO DE CARVALHO (Belo Horizonte, MG)
Privatizações
Não critiquemos as privatizações recentes. Muitas empresas privatizadas melhoraram muito, trazendo enormes vantagens a usuários e consumidores. Muito criticáveis foram a maneira como se processou e as fortunas que a corrupção proporcionou. Após a Lava Jato, deveríamos abrir a caixa-preta das privatizações.
ANTONIO CARLOS PACHECO (Curitiba, PR)
Educação
Sobre o caderno "O Brasil que dá certo - Educação" (24/11), o mercado e o mundo da produção presidem hoje a expansão da educação superior. Entretanto a formação humana transcende às orientações da preparação profissional e do desenvolvimento tecnológico. É imprescindível que, nas avaliações das instituições, haja a contraposição da formação humana ao atendimento a imperativos econômicos. A formação para o trabalho, balizada pela ética, deve ser uma das finalidades da educação.
FABIANO CAVALCANTI MUNDIM (Brasília, DF)
Arma falsa
Um menino de 12 anos pode ser visto como suspeito se estiver com uma pistola ("Menino com arma falsa é morto em Cleveland", "Mundo", 25/11). Como disse o chefe de polícia, os policiais precisaram tomar decisão em segundos e, no momento em que o menino tentou sacar a pistola, ele deu sinal de perigo. Infelizmente, a resposta foi desproporcional e trágica. Mas, considerando o grande número de delinquentes, quem tem o dever de fornecer segurança precisa desconfiar de tudo e de todos.
DÉBORA TIEMI TAKESHITA (Dracena, SP)
Licitações
Sobre o artigo de Ricardo Semler ("Nunca se roubou tão pouco", Tendências/Debates, 21/11), trabalho na indústria e participo de licitações públicas frequentemente. Nossa empresa não vence uma sequer, apesar de apresentar preços bem competitivos. Sempre estranhei o fato de que os vencedores muitas vezes apresentam valores que não cobrem nem os custos de produção.
ENIO RAFAEL SCARAVELLI (Itu, SP)
Presídios
Os dados da reportagem "Facção se articula em presídios federais" ("Cotidiano", 24/11), cuja fonte se atribui equivocadamente ao Depen, que não foi procurado pela reportagem, não têm nenhum embasamento fático. Em 24 de junho, 24 internos da Penitenciária de Porto Velho causaram pequenos danos em suas celas individuais, sem comprometimento da segurança. Não procede que presos estejam sendo "batizados" por facção criminosa nas penitenciárias federais. Eventuais demonstrações de descontentamento de facções criminosas denotam que o Sistema Penitenciário Federal cumpre seu papel no enfrentamento da criminalidade organizada.
SANDRO LIMA, diretor de comunicação do Ministério da Justiça (Brasília, DF)
RESPOSTA DO JORNALISTA MARCO ANTÔNIO MARTINS - A reportagem procurou o Ministério da Justiça na quarta (19/11), em e-mail enviado às 12h48, após contato telefônico em que foi explicado o assunto. O repórter ampliou o prazo de resposta da assessoria até sexta (21). Até essa data, a Folha não obteve nenhuma resposta. Os relatos sobre o "batismo" de detentos do sistema penitenciário nacional vêm sendo feitos por servidores à direção do Depen.
Aborto
Mais uma vez vejo opinião a favor do aborto fora das circunstâncias permitidas pela lei, fundamentada em argumentos superficiais da gravidez indesejada ("#precisamosfalarsobreaborto", "Cotidiano", 23/11). O que me intriga e me entristece é que quem é a favor do aborto para gravidez indesejada não fala sobre métodos contraceptivos, responsabilidade e maturidade sexual. Cada um pode pensar o que quiser. Mesmo que o pensamento reflita e decida sobre a vida de outro.
MARIA DANIELLE REZENDE DE TOLEDO (São Paulo, SP)
Agronegócio
Sobre o artigo "Agronegócio e a morte da Amazônia" ("Cotidiano", 24/11), penso que o radicalismo ideológico e a dialética pseudocientífica produzem um único resultado: embuste. Lamentável o senhor Leão Serva investir contra a inteligência dos leitores, desconsiderando o desejo de consumidores, os enormes ganhos tecnológicos de nossa produção agropecuária, a renda e o bem-estar que essa produção distribui para toda a sociedade, os cuidados que agricultores e pecuaristas dedicam ao seu ganha-pão, suas terras e águas, e até mesmo a elementar verdade da reciclagem hídrica. Em um país que devolve ao mar 99% da água que cai em sua superfície.
CESARIO RAMALHO DA SILVA, produtor rural, conselheiro e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (São Paulo, SP)