Painel do leitor
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Política econômica
Espero que Joaquim Levy aja como engenheiro, não como economista monetarista, cujas soluções simplistas nunca deram certo. Conter a inflação colocando os juros em 46% até o porteiro do meu prédio é capaz fazer ("Foco em ajuste fiscal durará dois anos", "Mercado", 30/11). Gostaria de vê-lo cortando gastos, que é a receita mais difícil num país cuja máquina burocrática é uma das mais caras do mundo.
Nilton Nazar, engenheiro (São Paulo, SP)
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A guinada da presidente Dilma Rousseff para o lado da economia "de banqueiros", que ela demonizava na campanha, só pode ser entendida como procura desesperada de uma tábua de salvação. Está claro que ela tinha conhecimento da corrupção que grassava na Petrobras.
Jarvis Viana Pinto (Ribeirão Preto, SP)
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De um primarismo intelectual acachapante as argumentações no artigo "Um começo bem medíocre" ("Poder", 30/11). Clóvis Rossi minimiza a importância do superávit fiscal e demoniza agentes de mercado em vez de reconhecer que o fato de o governo federal gastar mais do que arrecada é a raiz de problemas. Ao vitimizar governo e vilanizar investidores, o articulista está patrocinando uma inversão de papéis que atrapalha o correto diagnóstico da enfermidade econômica.
André Lima (Santo André, SP)
Corrupção
Em tempos de Petrolão o filme "Sindicato de Ladrões", de Elia Kazan, é obrigatório. Conta a história da luta contra a corrupção que tomou conta de um sindicato de estivadores na década de 1950. Ninguém mais consegue trabalho se não se submeter à máfia. Os trabalhadores se tornam apáticos, perdem a dignidade e a esperança. As coisas começam a mudar quando alguns se mobilizam para recuperar a autonomia do sindicato. No começo, com medo, os estivadores hostilizam os colegas que denunciam o esquema. Aos poucos, descobrem que são muitos contra poucos, vencem a apatia e se responsabilizam pelo o que é deles.
Marion Minerbo, psicanalista e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (São Paulo, SP)
Formação médica
Visão turva a do doutor Alexandre Padilha ao citar "desrespeito aos pobres, mulheres, homossexuais e negros" ("Formação médica não pode tolerar abusos", Tendências/Debates, 28/11). Não é o que se vê em Santas Casas, hospitais universitários e ambulatórios. E com valores de tabela ridículos.
Aristides Rodrigues Junior, médico (Santos, SP)
Morte
Absolutamente coerente e sensato o artigo de Hélio Schwartsman "Vai morrer de quê?" ("Opinião", 30/11), na visão de quem não é capaz de enxergar Deus na própria vida. Graças a Deus, não é o caso de tantos outros brasileiros. Podemos ser otimistas. A vida é mais do que simplesmente evitar a dor ou adiar a morte.
Luis Fernando Stucchi da Silva (Ribeirão Preto, SP)
Aécio Neves
Nunca antes na história deste país um candidato perdedor levou tanto tempo para aceitar a derrota ("Trinta dias", Tendências/Debates, 30/11). Aécio Neves deveria aprender com a lição das urnas, em especial a de Minas Gerais, que o conhece e selou a sua derrota nas eleições.
José Augusto Zague (São Sebastião do Paraíso, MG)
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Estivéssemos em um país sério, a presidente Dilma Rousseff estaria sendo obrigada a fazer um pedido público de desculpas ou de renúncia, ou mesmo sendo submetida a um processo de impeachment. O motivo não é a corrupção, mas sim o estelionato eleitoral que vitimou a democracia brasileira, como bem demonstra o texto do senador Aécio Neves. Realmente esta campanha em nada serviu para o amadurecimento de nossa democracia, pois a vencedora do pleito conseguiu seu objetivo em uma campanha destrutiva e calcada em mentiras, portanto sórdida.
Hélio Araújo Cardoso (São Carlos, SP)
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Aécio Neves se esforça para ver com lentes que distorcem o que a presidente Dilma tem feito após a eleição. Ao invés de elogiá-la por fazer o que ele disse ser certo, ele a chama de estelionatária.
Carlos Brisola Marcondes (Florianópolis, SC)
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Alguém precisa dizer ao senador Aécio Neves que a campanha eleitoral acabou. Agora é hora de fazer oposição de verdade e não apenas partidária. O que ele escreveu não melhora em nada a situação difícil em que se encontra o Brasil. Falar de promessas eleitorais é bobagem --no Brasil, normalmente não são cumpridas. Diante dos 51 milhões de votos que teve, Aécio Neves tem autoridade para fazer uma oposição como se faz em países sérios.
Paulo Abreu (Brasília, DF)
Morte de militar
A morte do cabo do Exército expõe certos fatos ("Cabo do Exército morre depois de confronto em favela no Rio", "Cotidiano", 29/11). Os militares das Forças Armadas não foram feitos para atividades regulares de segurança pública. No Brasil, os chamados praças menos graduados do Exército não são militares de carreira, com estabilidade. Lei recente determinou que, sem concurso público, praças do Exército (de subtenente para baixo) não podem obter estabilidade. Não existe e nunca existiu concurso público para soldado. Além disso, a remuneração de um cabo ou soldado do Exército é sempre inferior a de seus equivalentes nas polícias militares. Essas funções de segurança pública expõem a vida de militares, sem a contrapartida de benefícios de carreira que têm os policiais.
Heitor Vianna P. Filho (Araruama, RJ)
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Um militar do Exército foi morto em confronto com facções criminosas no Rio de Janeiro. Interessante observar que a "comunidade" não armou barricadas, não queimou pneus e não interrompeu o trânsito nas avenidas em protesto por essa morte.
Mauricio Nogueira (São Paulo, SP)