Painel do Leitor
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Escândalo na Petrobras
Após as declarações de que os recursos desviados da Petrobras foram transformados em doações "legais" das empreiteiras ao PT ("Executivo diz que doação ao PT era pagamento de propina", "Poder", 4/12), ficam algumas dúvidas. De onde teria vindo o dinheiro das multas impostas pela Justiça aos mensaleiros? Quem teria pago os honorários dos advogados? Teria sido atuação "pro bono" dos melhores e mais caros juristas brasileiros? E por que a multa de João Paulo Cunha não foi paga com doação voluntária? Que pecado ele cometeu, além do que a Justiça já puniu? Com a palavra, a cúpula do PT.
CLAUDIO JUCHEM (São Paulo, SP)
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Em "A ética do crime do colarinho branco" (Tendências/Debates, 3/12), os cultíssimos procuradores da República, sem qualquer pudor, partiram para a ofensa pessoal e a distorção dos fatos. Na entrevista que concedi à Folha ("Nas provas, Lava Jato se parece com Guantánamo, diz advogado", "Poder", 24/11), em momento algum critiquei o uso das delações premiadas como método investigativo. Também não manchei a conduta da PF, MPF e Justiça Federal. Critiquei, sim, duramente, a utilização de provas secretas e a decretação de prisões preventivas como método para se obter confissões e delações, uma verdadeira extorsão. É decepcionante ver que os articulistas não se dedicaram aos temas criticados, mas se fixaram na questão da delação premiada.
ALBERTO ZACHARIAS TORON, advogado (São Paulo, SP)
Responsabilidade fiscal
Qual foi o processo cívico que, como disse o senhor Roberto Luis Troster ("Desacato à nação", Tendências/Debates, 2/12), levou à sanção da Lei de Responsabilidade Fiscal? Foi o processo cívico originado da injunção do FMI? Do desespero de um governo que levou a nação à bancarrota? Ou foi o processo cívico movido pelo capital financeiro em busca de garantias perante um Estado quase falido? A Lei de Responsabilidade Fiscal é uma anomalia do direito público que prioriza o interesse do banqueiro, em detrimento do cidadão. Onde já houve um processo cívico para isso?
JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA (Viçosa, MG)
Estado Islâmico
Lendo o artigo de Paulo Sérgio Pinheiro ("O terror do Estado Islâmico na Síria", Tendências/Debates, 1º/12) encontramos a demonstração cabal do porquê a ONU não funciona. Do alto se sua sinecura, relata as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, as quais nós, pelos jornais, já acompanhamos entristecidos há muito tempo. Não acrescenta nada que qualquer repórter de campo não tenha relatado. E a conclusão é chocante pela obviedade: "É urgente a comunidade internacional chegar a uma gestão da crise mais eficiente, que leve a uma solução negociada entre o governo sírio e as oposições". Para chegar a esta conclusão, não precisa haver um "presidente da comissão independente internacional de investigação da ONU sobre a República Árabe Síria.."
JOSÉ RONALDO CURI (São Paulo, SP)
Fernando Haddad
Sobre o artigo do vereador Andrea Matarazzo ("Um prefeito perdido em suas contradições", Tendências/Debates, 4/12), é muita petulância que o pior ex-subprefeito da Sé --que legou com suas políticas higienistas (jato de água e bala de borracha) para a cidade 17 favelas em praças públicas na área central e 2.000 deserdados da terra e entregues ao tráfico na Luz-- critique a atual gestão, que está recuperando o centro de São Paulo.
NUNZIO BRIGUGLIO, secretário de comunicação da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)
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Lendo o artigo de Andrea Matarazzo, assustei-me com o diagnóstico. São Paulo parece um doente em fase terminal. Terrível é um incompetente com poder, pior quando esse poço de falhas é também fraco de personalidade e influenciado permanentemente por suas ideologias jurássicas.
ROBERTO DA SILVA RAMOS JR (São Paulo, SP)
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O senhor Andrea Matarazzo foi muito infeliz em suas ponderações. Deixou claro no texto que a questão partidária é o que importa. O vereador afirma que o prefeito Fernando Haddad tem padrinho político. E ele? José Serra foi o que dele? Sobre a cracolândia, que avanços Andrea Matarazzo promoveu quando foi secretário de subprefeituras?
REINALDO DE MIRANDA (São Paulo, SP)
Viagem de cadeirante
Em relação à reportagem "Ação de Gol e Infraero com cadeirante foi irregular, diz Anac" ("Cotidiano", 3/12), a Infraero esclarece que o aeroporto de Foz do Iguaçu conta com equipamento "stair trac" para auxiliar o acesso de pessoas com mobilidade reduzida às aeronaves. A Infraero não foi informada pela companhia aérea sobre o incidente nem recebeu solicitação para usar o equipamento em questão, razão pela qual não foi colocado à disposição. Destacamos que o aeroporto de Foz do Iguaçu segue as normas em vigor. Prova disso é o fato de a cidade ter sido sede do Congresso Nacional das Apaes, em novembro, e nenhuma reclamação sobre o atendimento a passageiros com mobilidade reduzida foi registrada no aeroporto.
SIDRÔNIO HENRIQUE, assessor de imprensa da Infraero (Brasília, DF)
Morte nos EUA
Os recentes incidentes nos EUA envolvendo policiais brancos que assassinaram negros por vezes indefesos ou inocentes mostram claramente que aquele país ainda não conseguiu solucionar satisfatoriamente o problema do racismo ("Júri decide não indiciar policial que matou negro", "Mundo", 4/12). Há mais de 50 anos, Martin Luther King proferiu a famosa frase "Eu tenho um sonho", sobre um suposto futuro em que brancos e negros poderiam conviver em paz naquele país. Os incidentes mostram também que a impunidade não é algo exclusivo do Brasil e ocorre vergonhosamente também nos EUA, haja vista as decisões favorecendo policiais brancos em Ferguson e Nova York.
ARY BRAZ LUNA (São Paulo, SP)