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Volta dos militares
É elogiável ver colunistas da Folha, como Carlos Heitor Cony ("Nostalgia perversa", "Opinião", 9/12), Vladimir Safatle ("Intervenção militar", "Opinião", 9/12) e outros, rechaçar os que pedem a volta da ditadura. É gente sem o mínimo de consciência política, que só vê como a saída a destruição da democracia e a volta da barbárie.
Alvaro Abrantes Cerqueira (Muriaé, MG)
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Emblemáticas as colunas de Carlos Heitor Cony e Vladimir Safatle: exemplificam a dificuldade em entender o verdadeiro conceito de democracia. Ter e divulgar opinião não é delito e não acarreta penalidade como privação da nacionalidade brasileira (Cony) ou ir diretamente para a cadeia (Safatle). Todas as opiniões são merecedoras de respeito. Cony e Safatle precisam aprender urgentemente o verdadeiro conceito de democracia --respeitar as opiniões dos demais por mais contrárias que sejam às próprias ideias.
Jorge Diogo Parada de Freitas (São Paulo, SP)
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A discussão sobre o governo militar tem sido feita fora de contexto. Estava-se caminhando para o auge da Guerra Fria. É, portanto, incorreta a premissa de que regime militar significa "assassinatos sistemáticos de Estado contra oponentes", como diz Vladimir Safatle --os maiores exterminadores na época foram justamente os "oponentes" comunistas na Rússia e na China. Também é incorreta a premissa de que revolução é diferente de golpe, pois a revolução "bem-sucedida" é um golpe no poder e regime instituído. Alguns ainda sonham com o comunismo, outros podem idealizar um governo de militares. Isso é liberdade.
Rodrigo Ens (Curitiba, PR)
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A respeito do que afirma o colunista Vladimir Safatle, eu sou da opinião de que as ditaduras da direita ou da esquerda são iguais. Uma vez instaladas, o efeito manada torna-se avassalador, no sentido de eliminar o opositor.
Moacir Alves Borges (São José do Rio Preto, SP)
Escândalo na Petrobras
Alguns anos atrás, alguém do mercado disse que o valor da Petrobras era maior que o PIB da Argentina. Hoje, a estatal vale cerca de US$ 55 bilhões, e o nosso vizinho tem economia que passa de US$ 500 bilhões. Será que eles melhoraram ou a empresa sofreu uma queda de cotação nunca vista entre petroleiras no mercado de ações? Enquanto isso, centenas de milhares de investidores amargam seus prejuízos ("Escritório dos EUA aciona Justiça contra Petrobras", "Poder", 9/12). Alguém será responsabilizado?
José Osvaldo Gonçalves Andrade (Belo Horizonte, MG)
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Como um doleiro, a partir de seu escritório mínimo, organizou a cobrança de propina em todas as obras públicas do Brasil? O esquema só pode ter sido montado dentro do governo sob o comando de alguém com autoridade absoluta sobre subordinados. "Youssefs" são apenas laranjas, regiamente pagos, mas laranjas.
Luiz Groff (Curitiba, PR)
CPTM
Sobre o indiciamento da PF, esclarecemos que o delegado responsável ressalvou a inexistência de prova de corrupção passiva de agentes públicos, não sendo questionada nossa honra no exercício da função. Fomos indiciados por infração à lei número 8.666, pelo intervalo de tempo entre o contrato Cofesbra, iniciado em 1997, e o aditamento realizado em 2005. Esse contrato não tem relação com os contratos investigados por suspeita de cartel, fato registrado no documento da PF, porém ignorado pela imprensa ao noticiar o indiciamento. Estamos absolutamente confiantes na Justiça, que julgará pelos padrões próprios da democracia.
Mario Bandeira, presidente da CPTM, e José Luiz Lavorente, diretor de Operação e Manutenção da CPTM (São Paulo, SP)
Programa Amaury Jr.
Fui citado em uma reportagem na coluna da jornalista Mônica Bergamo ("Projeto Amauryzete'", "Ilustrada", 16/11) sobre o sonho de alguns jovens profissionais em trabalhar com o apresentador Amaury Jr. e me senti muito desrespeitado com a forma como a informação foi colocada. Como disse ao jornalista Joelmir Tavares pelo telefone, hoje estou na TV Gazeta, onde sou repórter do programa "Revista da Cidade" e faço matérias especiais aqui do Rio. Não gostei do termo usado para me definir: "aspirante". Como assim? Sou um profissional e estou no mercado, não sou um deslumbrado. Topei falar pelo respeito e admiração que tenho pelo Amaury. Minha formação vem do teatro e do jornalismo.
Rodrigo Assis (Rio de Janeiro, RJ)
RESPOSTA DO JORNALISTA JOELMIR TAVARES - A reportagem tratou de pessoas que em algum momento já procuraram Amaury Jr. com interesse em trabalhar no programa e que, portanto, eram "aspirantes ao posto", como foi publicado. O texto não detalhou as atividades atuais dos candidatos.
Invasões
A "indústria" das invasões continua por toda a cidade, principalmente em áreas municipais, locais pelos quais a prefeitura teria a obrigação de zelar ("Terrenos reservados para novos parques são invadidos em SP", "Cotidiano", 9/12). Mais uma vez o cidadão sai prejudicado por grupos que agem livremente. E, podem ter certeza, vai sobrar para a Polícia Militar. É a desordem urbana se alastrando.
Alvaro Batista Camilo, coronel e comandante-geral da PM de São Paulo de 2009 a 2012 (São Paulo, SP)
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São Paulo precisa urgentemente de novos parques que possibilitem a todas as pessoas, especialmente àquelas que vivem na periferia, condições de lazer e de convivência saudável e harmoniosa. Caso aprove a transformação de futuros parques em conjuntos habitacionais, o prefeito Fernando Haddad estará cometendo um erro lamentável e tirando de São Paulo a oportunidade de ser uma cidade mais verde, mais humana e, consequentemente, menos violenta. Se optar por matar os parques em lugar de assegurar a sua existência, a atual gestão estará mais uma vez pondo em xeque sua competência administrativa.
Lígia Burani (São Paulo, SP)