Painel do Leitor
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Comissão da Verdade
Erra o senhor José Miguel Vivanco, presidente da Human Rights Watch, ao considerar que "os dois lados devem ser julgados" ("Brasil precisa julgar crimes dos dois lados na ditadura militar", Entrevista da 2ª, 15/12). Um dos lados já foi julgado e condenado, quando não foi alvo de julgamento sumário, por meio de assassinatos e desaparecimentos. Alguns ficaram mais de dez anos presos, depois de sofrerem as inúmeras violências descritas no relatório de 4 mil páginas da Comissão Nacional da Verdade.
MAURICE POLITI (São Paulo, SP)
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Concordo com alguns militares. A Comissão da Verdade deveria ter ouvido os dois lados da história. Ambos cometeram absurdos. Sabe-se que muitos se queixam dos que torturaram; outros se queixam de terem sido vítimas da esquerda, logo não existem santos. O certo seria apurar tudo. Se um lado chora a perda dos seus, o outro lado também.
NEY MACIEL BRABO, médico (Santos, SP)
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A CNV é a verdade unilateral. Uma criadora de versões dos fatos ocorridos na ditadura militar. Uma empulhação do tipo "nós fomos as vítimas e eles, os vilões". A presidente deveria criar uma Segunda Comissão Nacional da Verdade (SCNV) com o propósito de também nos mostrar verdade do outro lado.
MARCELO DE LIMA ARAÚJO (Mogi das Cruzes, SP)
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Não consigo entender a insistência de alguns, e aí incluo o senhor José Miguel Vivanco, da Human Rights Watch, defendendo a inclusão dos eventuais crimes cometidos pela esquerda durante o regime militar no relatório da Comissão da Verdade. Essas pessoas foram presas e barbaramente torturadas, alguns chegando a perder a vida por conta desses métodos. O que querem? Que elas sejam novamente punidas?
JOSÉ CARLOS MOREIRA DE MELLO (São Paulo, SP)
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Para fazer justiça, a Comissão Nacional da Verdade deve "julgar cada um segundo sua obra". Quem disse que o marechal Castello Branco merece ser citado entre os que cometeram ou permitiram iniquidades? Ele governou este país com honradez e seriedade. Ferido na 2ª Guerra, foi condecorado como herói. Respeito à sua memória é a gratidão que todo brasileiro justo lhe deve.
JARIM LOPES ROSEIRA (São Paulo, SP)
André Singer
Sobre o artigo de André Singer "Democracia e Verdade"("Opinião", 13/12), aos brasileiros que acreditam numa solução ditatorial, a história mostra que há um equívoco. Nossos representantes banalizam a conquista democrática com uma infinidade de partidos fisiológicos, corrupção interminável que deixa perplexo qualquer jovem que almeja uma sociedade mais justa.
OBED ZELINSCHI DE ARRUDA (Santos, SP)
Escândalo na Petrobras
A geóloga Venina Fonseca, ex-gerente da Petrobras, disse que antigamente tinha imenso orgulho de trabalhar na estatal e que este sentimento deu lugar à vergonha. Após suas denúncias sobre a roubalheira que existia, nada foi feito ("Denúncia de ex-gerente fragiliza comando da estatal", "Poder", 13/12). Ela comportou-se como uma empregada séria, digna e honrada e passou a informação à sua superior, a presidente Graça Foster, que nada fez e, o que é pior, mentiu publicamente dizendo que não sabia do desvio de dinheiro.
MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ)
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No mensalão, Lula "não sabia de nada". No Petrolão a Dilma também não. Seguindo a mesma trilha, a presidente da Petrobras não sabe de nada. Como pode todo mundo não saber de nada? Se entrar em um enrosco, vou seguir o exemplo deles e falar que nada sei. Essa tática dá certo.
REINNER CARLOS DE OLIVEIRA, funcionário público (Araçatuba, SP)
Hélio Schwartsman
A coluna de Hélio Schwartsman "Dilema do pau de arara" (14/12) nos deixa no mínimo intrigados. A filosofia utilitarista (o maior bem para o maior número de pessoas), defendida na coluna, é falha porque não observa direitos inalienáveis do homem. Ora, se é verdade que se pode torturar o terrorista para salvar as duzentas crianças, não menos errado seria assassinar um sujeito saudável para, com seus órgãos, salvar dois pacientes aguardando transplantes. Afinal, duas vidas são mais importantes do que uma, não é mesmo, Hélio?
LUCAS CUNHA (Goiânia, GO)
RESPOSTA DO COLUNISTA HÉLIO SCHWARTSMAN - O leitor talvez não tenha lido o texto com atenção. O que a coluna fez foi justamente produzir um argumento consequencialista contra a tortura.
Ricardo Balthazar
Excelente o artigo "O recibo, por favor", de Ricardo Balthazar ("Opinião", 15/12), que confronta o coro dos favoráveis ao fim das contribuições de empresas para campanhas políticas, substituindo-as pelo financiamento público, o que representaria mais um encargo para os cofres públicos, com o agravante de não resolver o problema da corrupção e do tráfico de influência. O melhor caminho é aperfeiçoar os controles existentes e criar outros.
AIRTON REIS JÚNIOR (São Paulo, SP)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de Mustafa Göktepe, presidente do Centro Cultural Brasil-Turquia (Brasília, DF), da Agnelo Comunicação (São Paulo, SP), do Banco Santander (São Paulo, SP), da Anfavea --Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (São Paulo, SP) e do Shopping Pátio Higienópolis (São Paulo, SP).