Painel do Leitor
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Novos ministros
Joaquim Levy tenta ganhar tempo antes de revelar que crises como a da saúde só serão resolvidas com aumento de impostos ("Levy indica que impostos devem subir", "Mercado", 6/1), o que deverá ser feito com a volta da CPMF ou similar. Mas a nova composição ministerial não para por aí. Tem diversos nomes advindos do cenário político, como Cid Gomes, Kátia Abreu, Gilberto Kassab, Jaques Wagner e Helder Barbalho, que deverá fazer na Pesca o que papai ensinou. Num país onde não há meritocracia e a cultura é nomear, criar ministérios, autarquias e desviar recursos públicos, não é de se estranhar que o Brasil continue estagnado.
JOÃO DIRENNA (Quissamã, RJ)
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O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, indica que isenções fiscais cairão e impostos subirão. Em sua fala, nenhuma menção aos bancos, que lucram demais e pagam proporcionalmente pouquíssimos impostos, fato público e notório. Sugiro que comece por eles.
JOSÉ MARCOS THALENBERG, médico (São Paulo, SP)
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Se Dilma e o PT estão ideologicamente à esquerda, por que foi escolhida para comandar a Agricultura ("Kátia Abreu assume ministério sob críticas de índios e sem-terra", "Poder", 6/1) uma liderança do patronato rural, apontada por próceres petistas como representante do latifúndio, e não, por exemplo, um militante da área rural historicamente próximo, alçado por seus seguidores como líder dos oprimidos pelo latifúndio, como João Pedro Stédile? Não confiam na eficácia das políticas ditas de esquerda?
LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA, aposentado (Santos, SP)
Produção científica
A causa da baixa eficiência científica que o ilustre físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite não menciona (e que talvez seja a mais importante) em seu texto "Produção científica e lixo acadêmico no Brasil" (Tendências/Debates, 6/1) é que há, no país, um sistema de reconhecimento e compensação financeira para os pesquisadores mais "produtivos" em termos quantitativos.
FÁBIO G. JOTA, professor titular aposentado da UFMG (Belo Horizonte, MG)
Extintores
O leitor Boris Feldman tem toda a razão do mundo (Painel do Leitor, 6/1). Extintores de incêndio em veículos estão "extintos" no mundo todo, mas, neste país, além de continuarem obrigatórios, vem o governo propor um modelo mais caro para o proprietário. Isso me lembra o "kit socorro" obrigatório: uma sacolinha plástica, uma tesourinha de brinquedo, gaze, um rolinho de esparadrapo vagabundo e mais nada. Por que não aumentam o limite de isenção de ICMS dos R$ 70 mil atuais para R$ 80 mil ou mais, para que o deficiente físico possa adquirir um veículo decente?
CARLOS GOMES NETO, médico (São José do Rio Preto, SP)
Transporte público
O editorial "Como gado" ("Opinião", 6/1) critica a lotação, o conforto e a ocupação dos ônibus urbanos. São Paulo, com quase 12 milhões de habitantes e 78 quilômetros de metrô, é comparada com cidades europeias com menos habitantes e maior rede metroviária. Mas prestar serviços de transporte em São Paulo, com 15 mil ônibus, rodando cerca de 3 milhões de quilômetros e transportando mais de 10 milhões de passageiros, todos os dias, não é tarefa fácil. É preciso reorganizar a rede de transporte para melhorar a qualidade do atendimento à população. Assim, São Paulo estará no mesmo patamar das cidades da Europa, guardadas as devidas proporções.
FRANCISCO CHRISTOVAM, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPURBANUSS)
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O artigo de Luiz Fernando Vianna ("Lava Jato para os ônibus", "Opinião", 5/1) contém incorreções. Chamar de máfia o grupo de empresários que investe no sistema e se referir a um deles como "capo" é, no mínimo, uma inverdade. As empresas estão legalmente constituídas e os consórcios são previstos no contrato de concessão e fiscalizados pelo poder público. Sua prestação de serviço é analisada pelo TCM. A forma de reajuste é transparente, decidida com base em dados da FGV e do IBGE. As contas são auditadas pela Ernst&Young. Entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014, a frota de ônibus com ar-condicionado aumentou 55% e os empresários investiram mais de R$ 500 milhões no setor.
OCTACILIO MONTEIRO, vice-presidente do Rio Ônibus" (Rio de Janeiro, RJ)
Código de Processo Civil
Compartilho da percepção de Marcos da Costa e de José Rogério Cruz e Tucci ("O novo Código de Processo Civil", Tendências/Debates, 6/1) de que o novo Código de Processo Civil "trará importantes repercussões legais, sociais e econômicas ao país". No entanto, penso que os novos institutos processuais poderão ser mais eficazes se acompanhados de mudança de hábitos dos que operam o Direito, de modo que a cultura do litígio sem fim seja substituída pela convicção de que o processo não existe por si mesmo, considerando que se trata de instrumento de pacificação social, de promoção da liberdade e da salvaguarda do patrimônio material e moral das pessoas e das empresas.
RICARDO TRAD FILHO, advogado (Campo Grande, MS)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de Fernando Vieira de Mello, do Grupo Globo (São Paulo, SP), de Lucila Ribeiro Cestariolo, gerente de comunicação da Gerdau (Porto Alegre, RS), do Instituto Innovare (Rio de Janeiro, RJ), de Toninho Paiva, vereador pelo PR (São Paulo, SP), de Amauri Elias Xavier, presidente do Sindicato Rural de Itapetininga (SP), do Clube Pequeninos do Jockey (São Paulo, SP) e de Orcides Simonaio (Catanduva, SP).