Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Terror em Paris
Difícil conter as lágrimas de emoção ao presenciar a manifestação de mais de 1 milhão de pessoas, em lembrança às vítimas de mais uma barbárie perpetrada por canalhas fanáticos. Os manifestantes demonstraram solidariedade e coragem de não se calar frente às ameaças desses infiéis aos direitos fundamentais do ser humano. A linha de frente de líderes mundiais reunia brancos e negros, judeu, cristão, muçulmano, israelense e palestino, todos visivelmente emocionados e tocados pela tragédia. Que se confirme o dito popular: "Há males que vêm para o bem". Paz.
Luiz Nusbaum (São Paulo, SP)
-
Esclarecedor o artigo de Tariq Ali ("Guerra entre fundamentalismos", Tendências/Debates, 11/1). São poucas oportunidades dadas pela Folha (e pela mídia em geral) a argumentações que mostram o "outro lado" da questão islâmica na Europa. Há (houve) sacralização do "Charlie Hebdo", como se tudo fosse permitido, mas só contra um alvo predeterminado: a religião de Alá.
Oldair Glatson, professor de história (Belo Horizonte, MG)
-
Diferentemente da percepção de Tariq Ali, não se trata de sacralizar um jornal, mas de repudiar um ato terrorista, independentemente do alvo. A islamofobia na França merece atenção, mas essa é outra discussão.
Jorge Ribeiro Neto (Campinas, SP)
-
Em "Viva a falta de respeito, humor não é ofensivo" ("Mundo", 11/1), Gregorio Duvivier toca em pontos essenciais: humor é exatamente a brincadeira com o sagrado, e a arte, o espaço para subversão. O embate sempre deve ser entre humor e fanatismo.
Rene Franco (São Paulo, SP)
-
Em nome da liberdade, muitos estão se solidarizando com o "Charlie Hebdo". Mas nada atentou mais contra a liberdade do que as charges obscenas publicadas. O jornal denegria valores muçulmanos. E também os cristãos, ao retratar a Santíssima Trindade em poses obscenas. O discurso do ódio pode estar numa charge de aparente inocência. O que havia no semanário era puro ódio, desprezo pelas pessoas que seguem uma fé.
Valdir Resende (Goiânia, GO)
-
Num momento que deveria ser de profunda reflexão e de esforços conjuntos para vencer o bom combate em prol da ampla liberdade de expressão, soam no mínimo ambíguas as críticas do professor Demétrio Magnoli ("Raqqa, aqui", "Poder", 10/1) aos colegas Arlete Clemesha e Williams Gonçalves. Chamar quem não concorda com o mainstream de "delinquentes intelectuais, black blocs iletrados e latas de lixo do pensamento" só me faz concluir que a batalha em favor da liberdade de expressão está longe de ser ganha.
Fabrizio Wrolli (São Paulo, SP)
Eike Batista
Ao ler a reportagem "Derrocada de Eike Batista provocou prejuízo de R$ 7,9 bilhões a bancos" ("Mercado, 11/1), quis ficar com pena dos bancos. Só que me lembrei que a legislação brasileira é amplamente favorável a eles, que lançarão esses prejuízos em balanços e descontarão do Imposto de Renda a pagar. O calote será repassado para a sociedade.
Clovis Deitos (Campinas, SP)
Kassab
Fiquei horrorizado com a reportagem "Kassab tenta atrair até três governadores para nova sigla" ("Poder", 11/1), mostrando como atua um político profissional interessado somente em ficar ao lado do "rei" e tirar vantagens, mesmo sendo inexpressivo.
Jorge A. C. Lino (São Paulo, SP)
Filho autista
Parabéns ao pai do menino autista que, levando um balanço para que ele faça seus movimentos repetitivos, encontrou uma maneira de viajar com seu filho, sem privá-lo da companhia da família ("O balanço de Bruno", "Cotidiano", 11/1). Nós, pais de filhos com alguma deficiência mental, devemos, sim, procurar entrar no mundo dessas crianças, e não forçá-las, insistir para que elas entrem no nosso, a custa de muito sofrimento para ambos os lados. A foto da "Primeira Página" foi tocante e acredito que tenha mexido com o emocional de muitos leitores.
Ana Rosa Bellodi (Jaboticabal, SP)
Metrô
Somente agora caiu a ficha do governante: linhas do metrô não contam com garagens e estacionamentos nas imediações ("Prefeitura planeja garagens perto do metrô", "Cotidiano", 10/1). O pior é que não se pode nem parar para deixar passageiro --os "marronzinhos" fazem a festa. Metrô sem estacionamentos revela mais do que incoerência, é falta de inteligência e incompetência.
Paulo T. J. Santos (São Paulo, SP)
Exército
Cumprimento a leitora Marli Mira Hoeltgebaum pela "honra ao mérito" ao Exército brasileiro (Painel do Leitor, 11/1). Em poucas linhas, resumiu seus feitos, particularmente no período revolucionário, quando, ao lado da Marinha e da Aeronáutica, estancou a onda comunista internacional no nosso país (à custa de muitas vidas de inocentes civis e militares) e implantou as bases do desenvolvimento do Brasil.
Antonio Carlos Gomes da Silva (São Paulo, SP)
-
Sinto desiludir a leitora Marli Mira Hoeltgebaum. Não vou nem sugerir que ela procure saber o que aconteceu nos porões da ditadura iniciada em 1964 (se ela chama o período de "revolucionário", talvez seja inútil tentar argumentar). Sugiro então que ela ao menos procure saber o que o honrado Exército brasileiro fez com idosos, mulheres e crianças na famosa Guerra de Canudos.
Leandro Veiga Dainesi (Lorena, SP)
-