Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Terror em Paris
Sou pela liberdade total de expressão. Ela é mais importante do que Jesus, Alá, Moisés e Maomé juntos. O gosto das charges do semanário francês "Charlie Hebdo" é discutível --assim como todo gosto. Mas a charge de Robert Crumb na "Primeira Página" (11/1) não é só de bom gosto, é engraçadíssima e presta justa homenagem a quem deseja imprensa livre sem adjetivos.
CARLOS ANTONIO ANSELMO GUIMARÃES (Curitiba, PR)
-
Tem razão a ombudsman ("As contradições do discurso da liberdade", "Poder", 11/1). A indignação pelo atentado não implica aplauso à linha editorial do jornal. O que é sagrado para os que professam determinada fé é inviolável e não deve ser objeto de deboche, ultraje ou ridicularização. Ao contrário do que entende Gregorio Duvivier ("Viva a falta de respeito, humor não é ofensivo", "Mundo", 11/1), deve merecer respeito mesmo por parte dos que acham tudo isso uma idiotice. Tais ações são dignas de reprovação. Tudo em nome do princípio de não achincalhar o sentimento alheio.
ANTONIO CARLOS RAMOZZI, advogado (São Paulo, SP)
-
Alá e o profeta Maomé devem estar profundamente revoltados e envergonhados com os terroristas que, em seu nome, executaram de forma fria e cruel, entre outros, os cartunistas do "Charlie Hebdo". Assassinar vulneráveis desarmados não é algo glorioso, e sim crime hediondo.
MAURÍLIO POLIZELLO JÚNIOR (Ribeirão Preto, SP)
-
O ótimo texto de Vinicius Mota ("Esquerda embaralhada", "Opinião", 12/1) rebateu suficientemente o artigo delirante de Tariq Ali ("Guerra entre fundamentalismos", Tendências/Debates, 11/1). Luiz Felipe Pondé ("Quem é Charlie?", "Ilustrada", 12/1) arrematou bem a questão: "O historiador marxista hoje é, basicamente, um preguiçoso que vive de metafísica hegeliana barata".
EDUARDO HENRIQUE ALVES GABRICH, advogado (Santa Luzia, MG)
-
Ou o sr. Vinicius Mota estava predisposto a entender o texto sob seu próprio parecer ou li um artigo distinto do que ele disse ter lido. O artigo de Tariq Ali para mim descreve com imparcialidade os fatos recentes ocorridos na França e alerta para os desdobramentos, caso as autoridades continuem a tratá-los como "luta do bem contra o mau". A forma irônica como Vinicius Mota finaliza sua coluna --"E viva a liberdade de expressão"-- contradiz a essência da liberdade de expressão.
MARCELO SAMPAIO (São José dos Campos, SP)
-
Ao criticar os "fanáticos" de todas as religiões, em "Ateu, graças a deus" ("Poder", 12/1), Ricardo Melo age exatamente como um fanático: generaliza, cita frases sem localizar o autor, destrói sem atentar para o devido olhar histórico e se apropria de chavões repetidos no senso comum.
ALFREDO CÉSAR DA VEIGA (São Paulo, SP)
Gastos com o Congresso
Sobre a reportagem "País vai gastar R$ 151 mil por mês com cada congressista", "Poder", 12/1), esclareço que, nos últimos dois anos, houve economia de R$ 530 milhões no Senado Federal. Os cortes eliminaram privilégios, desperdícios e redundâncias. Foi extinto o hospital do Senado, fixou-se o teto salarial e também foram eliminados o 14º e o 15º salários pagos aos parlamentares, além da eliminação de uma função gratificada em cada gabinete.
RENAN CALHEIROS, presidente do Senado (Brasília, DF)
-
A alienação parece estar tomando conta de todos. O aumento das passagens de ônibus, após três anos sem reajuste, voltou a ser motivo de passeatas e reclamações de toda ordem. Causa-me espécie, entretanto, que os nossos parlamentares tenham "autoconcedido" reajuste em seus vencimentos de 26%, em total desconformidade com a inflação no período, e não se ouviu nenhuma manifestação contrária. A conclusão a que chego é que essa "horda dos revoltados" não enxerga um palmo diante do nariz.
LUIZ HERCULANO DA SILVA (Marília, SP)
-
O tenista suíço Roger Federer acumulou cerca de R$ 237 milhões em prêmios na carreira ("Mestre", "Esporte", 12/1). Menos do que os gastos com os nossos congressistas em três meses. São tantos "zeros" dos nossos bolsos que fico meditando em provável erro aritmético.
PEDRO CARLOS PIRES DE CAMARGO (Juiz de Fora, MG)
Metrô
Em relação à reportagem "Prefeitura planeja garagens perto do metrô em SP"("Cotidiano", 10/1), é necessário garantir na legislação que o incentivo aos edifícios-garagem próximos ao metrô não se transforme em uma forma velada de manter o subsídio público às vagas de garagem que o Plano Diretor tentou reduzir.
JOSÉ POLICE NETO, vereador pelo PSD (São Paulo, SP)
Ministério da Cultura
O grupo Fora do Eixo faz jus ao nome que tem. Ninguém sabe ao certo o que seus integrantes fazem, por onde andam ou a quem servem. Infiltraram-se na Cultura com o Juca Ferreira, primeiro em São Paulo, agora em Brasília ("Fora do Eixo, dentro do MinC", "Ilustrada", 12/1). Ministério Público, não está na hora de começar a investigar um grupo que sobrevive de dinheiro público?
FÁBIA REGINA DE BRITTO WANDERLEY (São Paulo, SP)
Violência
Enquanto estudantes, trabalhadores e cidadãos de bem são assassinados em nossas cidades, os políticos medíocres estão mais preocupados com o ministério com que irão ficar e com a boquinha que vão ganhar. Não se preocupam em mudar as frágeis leis penais. O que os move é o poder, o jogo de interesses pessoais, apadrinhar a família e o dinheiro do povo que vão abocanhar.
ANGELO SCARLOTO NETO (São Paulo, SP)