Painel do Leitor
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Terror em Paris
Um jornal que vendia 60 mil cópias deve vender, após o atentado, 5 milhões de exemplares. Os leitores deram a resposta apoiando a continuação da revista e da liberdade. É forte. Mas já foi dito o que será feito com o lucro astronômico obtido? Seria de muita inteligência e humanidade que o doassem para comunidades islâmicas francesas.
MARCELO BELLESSO (São Paulo, SP)
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Todo homicídio é um pecado gravíssimo e jamais justificável. As religiões têm papel insubstituível na manutenção da paz. Os cartunistas, contudo, não hão de pactuar com a ofensa à religiosidade. Qual é o católico que não se sente visceralmente vituperado com a charge do papa Bento 16, no ato da consagração eucarística, envergando um preservativo no lugar da hóstia santa?
EDSON LUIZ SAMPEL, teólogo e doutor em direito canônico (São Paulo, SP)
Apagão
Qual o resultado da reforma do sistema de semáforos tão alardeada pelo prefeito Fernando Haddad? As árvores sempre caem nesta época, mas o cenário deste ano comprova que a prefeitura paralisou os serviços de poda e manutenção. Exemplo disso é o que diz o cidadão Wilson Costa na reportagem "E a chuva levou" ("Cotidiano", 14/1): "Essa fila da poda é mais demorada do que a de transplantes". Para melhorar a situação, é preciso aumentar o quadro de engenheiros-agrônomos na prefeitura, responsáveis por autorizar tais serviços, (hoje são menos de cem), bem como dar-lhes autonomia e desburocratizar seu trabalho.
ANDREA MATARAZZO, vereador e líder do PSDB na Câmara Municipal (São Paulo, SP)
Previdência
Causa-me surpresa o silêncio sobre o novo cálculo da pensão por morte: 50% do valor da aposentadoria mais 10% por dependente, até o limite de 100% ("Nova exigência para pensão começa hoje", "Mercado", 14/1). Consideremos um casal cujos filhos não sejam mais dependentes. A viúva teria uma pensão correspondente a 50% do salário. O cálculo é muito simplista e injusto. Despesas não serão reduzidas linearmente em 50%. Especialistas falam que as novas regras corrigem distorções, mas não comentam nada sobre essa distorção cruel.
ROQUE LUIZ RODRIGUES DA SILVEIRA (Jundiaí, SP)
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Discordo completamente de Odiléia Mignon (Painel do Leitor, 14/1). Ao falar das novas regras para concessão de pensão por morte, ela questiona "do que viverão as viúvas que envelhecerem no futuro?". Devem viver do seu trabalho, como a maioria da população. Se houve roubo na Previdência, é outro problema.
LUIZ ROCHA (Guarulhos, SP)
Enem
Surpresa é uma coisa inesperada. Esse resultado desastroso do Enem ("Enem tem piora em matemática e explosão de textos com nota zero", "Cotidiano", 14/1) é óbvio e mostra o fracasso total de uma política inescrupulosa de educação que o PT implantou no Brasil.
PETER GUIMARÃES STOIMENOF (Brasília, DF)
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O que a organização do Enem esperava ao propor um tema de redação tão sofisticado como "Publicidade infantil na mídia"? 500 mil zeros até que foi pouco...
LUCIANO HARARY (São Paulo, SP)
Televisão
Talvez sem intimidade com coberturas jornalísticas em televisão, a coluna "Outro Canal" estranhou a substituição, a pedido dos próprios, de André Luiz Azevedo e Cecilia Malan, segunda (12), ao fim dos principais acontecimentos da cobertura dos atentados de Paris ("Sumiço", "Ilustrada", 14/1). Foram rendidos após trabalharem exaustivamente, em pleno inverno europeu, muitas vezes ao ar livre, atendendo, da manhã à noite, aos cinco telejornais de exibição nacional, todos líderes de audiência. Fizeram um brilhante trabalho, irretocável, em excelentes reportagens gravadas e ao vivo nos momentos cruciais. A alusão ao fato de que Cecilia aparentou nervosismo é desrespeitosa: ela estava a 300 metros do supermercado judaico quando a polícia fez a invasão com bombas e obrigou os jornalistas a se afastarem de imediato, deixando tudo para trás. Só um robô não ficaria tenso. Cecilia, no entanto, foi transparente: ela se disse nervosa, mas não parou de descrever a cena com precisão e em quadro. Merece elogios, e não insinuações.
ALI KAMEL, diretor de Jornalismo e Esporte da TV Globo (Rio de Janeiro, RJ)
RESPOSTA DO JORNALISTA VITOR MORENO - A coluna não estranhou a substituição, apenas noticiou o fato. O trabalho ininterrupto citado está registrado na nota.
Memórias do cárcere
Sou casada e tenho dois filhos, um menino de 11 anos e uma menina de 8. Todas as manhãs, eu e minha família damos uma parada na rotina para, juntos, lermos a Folha. Na terça (13), porém, eu me deparei com minhas crianças apreciando na "Ilustrada" a reportagem "Memórias do cárcere". Não vou entrar no mérito da reportagem, entretanto fiquei indignada e muito envergonhada quando meus filhos me mostraram a foto com a legenda "Mulheres peladas coladas por detentos em parede da prisão", na qual a maioria das mulheres aparece com suas genitálias escancaradas. Eu não sou careta, porém foi uma experiência extremamente traumatizante tanto para mim como para as crianças.
VIRGINIA CAMILLO (Itapetininga, SP)