Painel do leitor
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Crise da água
O subsecretário de comunicação do governo de SP, Marcio Aith, ressaltou campanhas e comerciais que incentivaram a redução de consumo ("O apagão de fatos", Tendências/Debates, 29/1). Só que o problema não é de comunicação. A questão não é consumir menos, que se resolve aumentando o preço, nem conectar os reservatórios, o que simplifica, mas não resolve o problema. A questão é ter mais água disponível, procurá-la onde há abundância e trazê-la o mais rápido possível.
Franco Ferrucci (São Paulo, SP)
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Marcio Aith agride a inteligência do leitor. Quer nos convencer que campanhas publicitárias são ações adequadas para a gestão da crise e que o governo fez sua parte. E o planejamento?
Lica Cintra (São Paulo, SP)
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Em atenção ao leitor Adhemar Garcia (Painel do Leitor, 29/1), esclarecemos que o governo do Estado tem tratado com absoluta responsabilidade e transparência a maior crise hídrica dos últimos 84 anos. São Paulo foi pioneiro no esforço de racionalização do uso da água, adotando o sistema de bônus e ônus antes de qualquer Estado. Ao longo dos últimos anos, mais de R$ 9 bi foram investidos na ampliação da capacidade de produção de água na região metropolitana de São Paulo, na integração dos sistemas, reduzindo a demanda sobre o sistema Cantareira e no planejamento de obras para o futuro, como o novo sistema São Lourenço.
Vinicius Traldi, assessor de imprensa do Governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
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Com seu artigo "Falta de água e de respeito" ("Opinião", 29/1), Rogério Gentile inova ao usar da futurologia para tratar da questão hídrica. Por conta própria, o articulista profetiza que São Paulo se assemelhará a um deserto, mas em seu próprio texto admite que a adoção de racionamento foi tratada como possibilidade. Ao contrário da presidente Dilma, que só depois do apagão elétrico admitiu a pior seca dos últimos 84 anos, São Paulo tem trabalhado na interligação de sistemas, na captação e na conscientização. A questão da água é assunto sério e deve ser tratado com responsabilidade.
Cauê Macris, deputado estadual e líder da bancada do PSDB na Assembleia (São Paulo, SP)
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RESPOSTA DO JORNALISTA ROGÉRIO GENTILE - Não fiz futurologia. A Sabesp disse estudar rodízio de cinco dias por semana. Comentei que isso ocorre em cidades do deserto. Sobre o trabalho do governo, repito as palavras de Jerson Kelman, antes de assumir a presidência da Sabesp: a atuação do governo "não foi a melhor, desperdiçou-se água e os reservatórios estão mais vazios do que deveriam".
Petrobras
Se confirmada a baixa contábil no balanço da Petrobras de R$ 88 bilhões ("Petrobras desiste de divulgar perdas com corrupção, e ações recuam 11,2%", "Mercado", 29/1), seu valor patrimonial será de cerca de R$ 40 bilhões. O valor atual das ações (R$ 9) reflete os problemas. Confirmada a baixa contábil, ficará em cerca de um terço do atual (R$ 3). E quem pagou R$ 80, como está se sentindo? Isso sem considerar as sanções que virão do exterior.
Iria de Sá Dodde (Rio de Janeiro, RJ)
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As sucessivas denúncias do caso Petrobras e seus valores deixam os leitores sem a noção exata do desperdício. Como isso ainda deve se arrastar, sugiro ao jornal criar um "Placar do Petrolão", atualizando diariamente o valor já denunciado versus o valor com promessa de devolução.
Paulo Carreirão (Florianópolis, SC)
Economia
Ao dizer que as medidas econômicas da nova equipe são de caráter "corretivo" ("Dilma afirma que ajustes não mudam promessas da eleição", "Poder", 28/1), a presidente está claramente reconhecendo os erros cometidos em sua gestão anterior.
Fabio Figueiredo (São Paulo, SP)
Transporte público
Na reportagem "Jovens 'liberais' dão aula pública sobre transporte público de São Paulo" ("Cotidiano", 24/1), o jornalista ironizou o fato de um dos organizadores ser um estudante de 18 anos. Boa parte dos militantes do Movimento Passe Livre tem essa faixa etária e nunca vi isso ser abordado. Além disso, havia mestres em economia e política. Ficou clara a intenção de achincalhar o evento. Simpatizo com as ideias liberais e gostaria de ver uma avaliação imparcial da Folha. Espero matérias abordando os dois lados da notícia, como manda o jornalismo sério.
Guilherme Nascimento de Lima (Santo André, SP)
RESPOSTA DO REPÓRTER LEANDRO MACHADO - Kim Kataguiri é coordenador do Movimento Brasil Livre e foi apresentado como organizador da aula pública na avenida Paulista. Daí o destaque dado a ele. Lamento que a reportagem tenha sido interpretada como uma forma de desqualificar o evento. Não foi essa a intenção.
Biblioteca Nacional
Lamentável a posição do diretor da Biblioteca Nacional ("Calor motiva paralisação na Biblioteca Nacional", "Ilustrada", 28/1), ao dizer que a climatização não interfere no acervo. Para comandar um equipamento que preserva a memória da nação não basta ser um intelectual, mas, sim, um especialista.
Vera Stefanov (São Paulo, SP)