Painel do Leitor
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Carnaval
Passeata, rolezinho, Virada Cultural, Carnaval de rua. Se é em São Paulo sempre há mais quem reclame do que quem tente entender. Dá a impressão que São Paulo não gosta de gente se divertindo, se manifestando.
ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP)
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O Brasil está retomando suas atividades depois dos festejos que deram muito movimento às cidades deste país e serviram para deixar um pouco de lado os problemas que teremos pela frente. Mas uma questão poderia servir para alguma reflexão. Por que não temos mais os sambas e as marchas de autoria de verdadeiros poetas, que marcavam presença a cada ano? Por quê?
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)
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É visível que um bairro residencial como a Vila Madalena não suporta 100 mil pessoas por dia curtindo uma festa nas ruas pela falta de infraestrutura no local. É impossível controlar esse número de pessoas em ruas que não foram projetadas para isso. Não seria o caso de decentralizar e multiplicar os locais para eventos desse tipo? Não apenas pela saúde do bairro que recebe o evento, mas para evitar longos deslocamentos e promover o turismo em outras regiões.
DANILO STRANO (São Paulo, SP)
Deficit
Muitos municípios estão com as contas no vermelho por falta de planejamento e acompanhamento da execução orçamentária. A Lei de Responsabilidade Fiscal é boa, mas é insuficiente para acabar com o problema, pois não trata de dois assuntos: projeção exagerada da receita e subestimada da despesa, sempre para atender interesses políticos. A maioria dos municípios nem sabe fazer essas projeções: colocam 10% ou mais no orçamento atual (que já estava errado) para estimar o do ano seguinte. Resultado: os problemas viram uma bola de neve, que fica cada vez maior e difícil de resolver.
SUELY REZENDE PENHA (Campinas, SP)
Arcos
Cinzentos, cor de tijolo, grafitados. Eu conheci os "arcos do Jânio" em 1964! Para mim é uma discussão que não leva a lugar nenhum. Não são poucos os artistas que foram vaiados, tirados de circulação e que mais tarde tiveram a sua arte reconhecida. E são muitos os que, reconhecidos por seus coetâneos, caíram no mais completo esquecimento.
Eu gostava de ver os arcos expostos, nus. Ainda não sei se gostarei deles pintados, ainda não tive tempo ou vagar para admirá-los devidamente como estão agora. Acho que é gastar muito papel e tinta discutindo se voltamos ao passado ou seguimos em frente.
ELIEU VIEIRA SOBRAL (Praia Grande, SP)
Bicicletas
Enquanto muitos perdem o pouco que têm nas enchentes de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad mantém-se firme nas suas prioridades distorcidas e pinta a cidade de vermelho, destruindo atabalhoadamente uma boa ideia em razão da pressa e da falta de planejamento. As ciclovias estão vazias, enquanto os alagados não têm água na torneira. É um progresso retrógrado.
GUSTAVO A. J. AMARANTE (São Paulo, SP)
Cardozo
A Polícia Federal está diretamente subordinada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Portanto, se ele é o chefe da Polícia Federal, tem o direito e pode se reunir com quem quiser, relacionado ou não com o processo da Lava Jato. Seria estranho se ele se reunisse com os réus. Mas, entrevistar-se com os advogados que atuam no caso apresenta-se como seu direito inequívoco. É muito justo que ele queira saber de tudo, inclusive do procedimento das empreiteiras corruptoras, se houver possibilidade de fazê-lo sem romper preceitos éticos de ambas as partes. Mais do que tudo trata-se de ação em benefício dos futuros negócios da Petrobras e outras empresas estatais. O ministro Joaquim Barbosa, com todo respeito, perdeu ótima oportunidade de ficar calado.
TALES CASTELO BRANCO, advogado (São Paulo, SP)
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Lamentáveis as declarações do ministro da Justiça. Se advogados têm reclamações no que se refere à denominada Operação Lava Jato, e se a reclamação é contra "juízes togados", há as corregedorias locais e o Conselho Nacional de Justiça. Se há reclamações contra membros do Ministério Público Federal, há a corregedoria do órgão e o Conselho Nacional do Ministério Público. O ministro da Justiça não pode fazer nada. Agora, se aceita a função de despachante, o erro é dele. Se ele não sabe o seu papel, que seja substituído por alguém que saiba quais são as atribuições da pasta.
ANA LÚCIA AMARAL, procuradora aposentada (São Paulo, SP)
Estiagem
Seria importante o jornal esclarecer que, mesmo com o nível de 8,9% atingido pelo Cantareira na quarta-feira, ainda estamos consumindo água do volume morto, ou seja, estamos abaixo do nível da comporta de captação original. Este esclarecimento fará com que a população não se iluda e relaxe a sua vigilância.
SERGIO TAKEO MIYABARA (São Carlos, SP)
Estado Islâmico
O leitor Osmar Cesar Gama (Painel do Leitor, 18/2) acredita que o Estado Islâmico consegue se financiar pela venda de petróleo. Conforme Robert Fisk, o Estado Islâmico foi criado a partir da "oposição" a Bashar Al Assad, ditador da Síria, com a ajuda das potências ocidentais, e é sustentado pela Arábia Saudita e outros governos conservadores sunitas.
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)
Elio
Excelente a coluna de Elio Gaspari, "O galinheiro de ovos Fabergé", que sintetiza bem o momento que estamos vivendo no Brasil, no qual de uma hora para outra tudo parece falso e se desmancha no ar. O ovo falso de Fabergé encontrado na casa de Eike Batista ilustra o tipo de capitalismo alimentado pelo Estado petista.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
Folha, 94
Com grande alegria parabenizo a equipe da Folha pelos 94 anos de existência. O jornal realiza um excelente trabalho em prol da democracia brasileira. Desejo que continue se destacando como modelo de jornalismo sério e comprometido com a verdade.
GLAUCO HUMAI, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (São Paulo, SP)